Representantes do poder público e da sociedade civil divulgaram, nesta terça-feira, 27, uma nota de repúdio em solidariedade à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, diante dos ataques sofridos por ela durante sessão no Senado Federal. A manifestação pública condena a violência política de gênero a que a ministra foi submetida, classificando o episódio como “inaceitável” e “um alerta à democracia”.

Durante a sessão, que deveria tratar de temas centrais para o futuro do Brasil e da Amazônia, Marina Silva foi alvo de interrupções, desrespeito e insinuações ofensivas por parte de parlamentares. Para os signatários da nota, as atitudes revelam não apenas a resistência de determinados setores políticos ao debate sobre justiça socioambiental, mas também uma tentativa reiterada de silenciar mulheres em espaços de poder.
“A violência contra as mulheres se manifesta de diversas formas. Quando parte de homens que ocupam cargos de autoridade, ela vem travestida de discurso, mas carrega o peso da opressão”, afirma o texto.
O manifesto destaca ainda que Marina Silva foi atacada por sua trajetória firme e por sua recusa em se curvar diante de pressões políticas. “É preciso dizer com todas as letras: a ministra foi alvo de violência por ser mulher, por ousar pensar diferente, por defender suas opiniões com coragem. E isso é grave e inadmissível.”
A nota é assinada por autoridades como a presidente do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), conselheira Dulcinéa Benício, o vice-presidente do TCE-AC, conselheiro Ronald Polanco, a conselheira Naluh Gouveia, o presidente do TCE de Minas Gerais, conselheiro Durval Ângelo Andrade, a presidente do TCE de Sergipe, conselheira Susana Azevedo, o conselheiro do TCE do Rio Grande do Sul, Estilac Xavier, além da procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre, Patrícia Rêgo, do vice-prefeito de Feijó, Juarez Leitão, e do ambientalista Fábio Feldmann.
Em tom de firmeza, os signatários reafirmam o compromisso com a democracia, a justiça ambiental e a igualdade de gênero, e convocam a sociedade a se mobilizar contra esse tipo de comportamento, que ameaça não apenas uma liderança política, mas o próprio direito das mulheres à participação plena na vida pública.
“Que esse episódio sirva de alerta e de mobilização. Em defesa da democracia, da justiça ambiental e da dignidade das mulheres que ocupam espaços de poder”, conclui a nota.