Conforme a arqueóloga e servidora do Iphan, Antônia Damasceno Barbosa, a demanda de trabalho é sobrecarregada para a quantidade de servidores efetivos do órgão.

“Cuidamos de todos os patrimônios: os sítios arqueológicos (como os geoglifos), o patrimônio material (como a capoeira e o forró), e também temos o patrimônio edificado (que é a Casa de Chico Mendes). Somos quatro servidoras, sendo duas administrativas e duas técnicas. Para fiscalizar e fazer a gestão de todo esse patrimônio é até um pouco surreal a demanda que se tem para essa quantidade”, explica.
A arqueóloga destaca que essa é, basicamente, a realidade de toda a região norte. “Toda a região está precisando de servidores na casa. Onde tem mais servidores é no Amazonas e no Pará, eles têm um quantitativo maior.
Entre as principais demandas do movimento, estão a implementação do plano de carreira, corrigir distorções salariais, garantir a permanência dos profissionais no serviço público e a abertura de mesa de negociação pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI).
“Faz muitos anos que se almeja e se luta por isso e até o momento só foram promessas. Nós estamos aguardando esse plano de carreira e acreditamos que esse é o momento de lutarmos por tudo isso. Então, a nossa greve veio por vários motivos: 20 anos de espera pelo plano de carreira, mais pessoas para trabalhar no Iphan e um concurso público que atenda a nossas realidades”, destaca.
Para o cenário acreano, além da necessidade de mais servidores, outra demanda importante é o estabelecimento de uma sede para o órgão. “Nós estamos num espaço alugado e precisamos realmente de melhores condições de trabalho”, enfatiza.
A negociações estão acontecendo em Brasília. Na quinta-feira, 8, haverá mais uma reunião para negociar as demandas e exigências. Até o momento, não houve muito avanço.
“Nem todas as superintendências continuam em estado de greve. Alguns entraram no primeiro dia, outros no sábado, outras vão entrar amanhã. Então, cada uma (superintendência) vê se vai estar no comando de greve ou não, e tem que respeitar o prazo de 72h”.
A greve no Acre iniciou no último sábado, 3, e desde então, todas as atividades estão paralisadas.