Rio Branco, 19 de maio de 2025.

Sem Fronteira

Após morte de homem em campo de futebol, médico dá dicas de cuidados ao realizar exercícios físicos

No último domingo, 18, o servidor do Tribunal de Justiça do Acre, Wanderley Nogueira, 50 anos, morreu enquanto participava de uma partida de futebol no tradicional “Campo do Barata”, localizado no bairro São Francisco, em Rio Branco.

Cardiologista orienta sobre cuidados ao praticar atividades físicas: Foto arquivo pessoal

Após a repercussão do caso, a redação do Portal Acre conversou com o médico cardiologista, Odilson Silvestre, sobre os cuidados que atletas com 50 anos, ou mais, devem ter ao praticar esportes.

O médico destaca que a primeira coisa que deve ser feita ao iniciar uma atividade física é passar pela Avaliação Pré-Participação (APP) que é orientada pela Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva e pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. A avaliação inclui diversos exames.

“A APP constitui em uma avaliação médica. No geral, a avaliação médica vai incluir o exame clínico, mas pode também contar com elétrico, com teste ergométrico e com ecocardiograma. Mas o que é orientado de base e que é obrigatório é essa avaliação. Isso para os não atletas, para todo mundo, em especial para quem tem mais de 40 anos, para detectar doenças que já existem e que na hora do exercício físico pode causar uma morte súbita”, explica.

Outro ponto destacado é que todas as pessoas, independente de fazer exercício físico ou não, precisam fazer, anualmente, uma avaliação médica. “Fazer exercício salva a vida e é orientado que faça, mesmo para os guerreiros do fim de semana. Mesmo quem faz exercício só no final de semana, isso é bom, faz bem, é associado a mais saúde”, ressalta.

A irregularidade na rotina de exercício físico, ou seja, fazer exercício somente algumas vezes, também está associada a mais riscos do que fazer continuamente. “As pessoas que fazem só de vez em quando, elas têm sim um risco maior de ter mortes súbitas como essas. Justamente porque elas no geral podem ter doenças do coração e aí tem um risco maior de ter um infarto”, explica o médico.

O médico destaca ainda que, mesmo que seja realizada somente no fim de semana, a atividade física faz bem a longo prazo. “Mas essas pessoas têm um risco maior de ter um evento durante o exercício, para isso não acontecer, devem fazer uma avaliação médica antes de começar essa prática. E para quem começou e tem algum sintoma, (deve) procurar um médico imediatamente”, enfatiza.

Independente de ser atleta, segundo Silvestre, toda pessoa com mais de 50 anos tem um risco maior de qualquer tipo de doença, em especial as doenças cardiocirculatórias. Assim, mesmo que não faça exercícios, todo ano deve fazer avaliação médica.

“Para o atleta amador com mais de 50 anos, anualmente, (deve) fazer avaliação médica específica para isso, com exercício físico, de preferência com o cardiologista ou com o médico do esporte, que é justamente aquelas avaliações para participação de exercício físico, de atividade física”, complementa.

Nessas avaliações, são realizados os exames clínicos necessários. Esses pacientes passam pela anamnese (entrevista clínica), o exame clínico e, também, por um teste da esteira (ergométrico), um teste de esforço, um eletrocardiograma de repouso e, provavelmente, um ecocardiograma.

“O cuidado maior deve ser em especial para as pessoas que têm fatores de risco: diabéticos, hipertensos, tabagistas, sedentários, obesos. Esses sim, devem fazer avaliação e ter os olhos muito mais abertos para o risco de morte súbita numa quadra de esportes”, enfatiza Odilson.

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