Rio Branco, 25 de maio de 2025.

Contem Vida

Fonoaudiologia e Fisioterapia: parceria de sucesso na reabilitação hospitalar

Por Lane Valle

A prática fonoaudiológica nos espaços hospitalares é relativamente nova e em muitos casos ainda é desconhecida por muita gente. Talvez, prezado leitor, você ainda não saiba, mas os fonoaudiólogos, assim como os fisioterapeutas, vêm desenvolvendo um trabalho imprescindível na reabilitação do paciente nos mais diversos setores da unidade hospitalar, entre Sala Vermelha, Enfermaria, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Tanto que hoje os fonoaudiólogos se tornaram profissionais da equipe fixa do hospital, tendo papel fundamental na prevenção de pneumonias bronco aspirativas e problemas decorrentes do uso prolongado de vias alternativas de alimentação e respiração. Atuando diretamente com os fisioterapeutas, são eles, os fonoaudiólogos, os responsáveis em reabilitar os pacientes traqueostomizados, preparando-os para a decanulação.

Claro que não poderia deixar de destacar aqui o importantíssimo trabalho da fonoaudiologia hospitalar e como nós, fonoaudiólogos, estamos sendo decisivos na recuperação e reabilitação de pacientes com dificuldade de deglutição e em uso de traqueostomia e, principalmente, auxiliando na reintrodução de alimentação oral e redução do tempo de permanência em unidade hospitalar.

Portanto, feito o meu registro, enaltecendo, claro, a atuação integrada com a equipe médica e multiprofissional pela expertise dos profissionais de fonoaudiologia na identificação dos riscos de broncoaspiração, quero voltar ao tema deste artigo, e falar dessa parceria de sucesso que vem não apenas reduzindo tempo de internação e custos, mas melhorando significativamente a qualidade de vida ao paciente.

Mas, afinal, quem são esses pacientes que necessitam desse atendimento conjunto entre fisioterapeuta e fonoaudiólogo?

São aqueles pacientes que apresentam alguma doença neurológica, como sequelas após um AVE (Acidente Vascular Encefálico), podendo ser isquêmico ou hemorrágico, pacientes com doença neurodegenerativas, ou aqueles decorrentes de algum trauma/acidente, dentre muitas outras patologias. Estas sequelas neurológicas, na maioria dos casos, levam a déficits/disfunções físicas, motoras, respiratórias e na deglutição dos pacientes.

Por isso, caro leitor, a atuação conjunta entre fono e fisio vem se tornando essencial no tratamento dos pacientes internados. Cada um com sua técnica, mas ambos com o mesmo propósito, ou seja, a evolução clínica do paciente, traçam objetivos concomitantes para que os pacientes possam ter resultados com maior rapidez.

E essa parceria terapêutica tem promovido, no ambiente hospitalar, maior agilidade nas altas clínicas, maior rotatividade dos leitos e, além de diminuir os riscos de infecções hospitalares, o que é ainda mais importante, vem minimizando o tempo de vias alternativas do paciente, tanto de alimentação, quanto respiratória, no caso da ventilação mecânica, oxigenoterapia e uso de traqueostomia.

As terapias desses dois profissionais no contexto hospitalar vão desde a intervenção precoce, promoção da saúde e reabilitação, cuja atuação conjunta, fisio e fono, influencia diretamente no bem-estar dos pacientes, minimizando sequelas, beneficiando a funcionalidade e a qualidade de vida dos que necessitam dessa intervenção.

Lane Valle é fonoaudióloga, jornalista e colaboradora do Portal Acre.

Fonoaudióloga escreve semanalmenta para o Portal Acre: Foto Arquivo Pessoal

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