Vivemos em tempos de muitos filtros — de imagem, de palavras, de realidades. Basta abrir qualquer rede social para sermos bombardeados por versões editadas da vida: pele lisa, sorrisos largos, dias perfeitos. Mas e a vida real? Aquela, quem acorda de cara amassada, enfrenta fila, perde a paciência, sente medo, dúvida, alegria, tristeza e saudade, tudo ao mesmo tempo?
Foi pensando nisso que escolhi o nome dessa coluna: Sem Filtro. A inspiração veio do Instagram, sim — daquela rara coragem de aparecer de cara limpa, sem maquiagem, sem esconder as imperfeições. Mas vai além. Aqui, quero falar da vida como ela é, como nas crônicas de Nelson Rodrigues. Sem floreios, sem edições, sem pretensão de trazer verdades absolutas ou análises profundas como as científicas. Só meu olhar sobre o que vivo, vejo e escuto por aí.
Questões levantadas por gente comum, histórias reais, sentimentos de verdade. Porque, no fim das contas, é disso que a vida é feita.
E, falando de vida real, começo pela minha.
A história desta coluna começa lá atrás, com uma menina que sonhava alto. Uma menina que, aos 12 anos, foi apresentadora de seu próprio programa de entrevistas — criado num simples trabalho escolar, mas vivido com toda a seriedade do mundo infantil. A mesma menina que falava sozinha diante do espelho, como se estivesse diante de um grande público. Que declamava poesias, se jogava no teatro, criava palcos imaginários e alimentava o desejo de “aparecer na TV”.
Mas a vida, com seus caminhos nem sempre lineares, foi empurrando esses sonhos para os cantos esquecidos da rotina. Vieram as escolhas tidas como “certas”: o concurso público, a estabilidade, o salário fixo. Tudo aparentemente no lugar, como manda o script da vida adulta.
Só que, como disse o poeta, “há razões que a própria razão desconhece”. E, mesmo sem entender direito como ou por quê, a comunicação — essa paixão que sempre esteve ali, quieta — veio me resgatar. Não fui eu quem a escolheu dessa vez. Foi ela quem me escolheu. E aqui estou, de volta ao ponto de partida, mas com outro olhar e muito mais coragem.
E foi esse reencontro com a minha essência que me possibilitou viver um dos momentos mais especiais da minha trajetória: a estreia do meu próprio site de notícias.
Quase 18 anos após entrar para o jornalismo, enfim vejo aquele sonho de garota realizado. Agora, o palco imaginário da infância vira estúdio e o público é incontável.
Mais do que um marco profissional, é a chance de viver esse amor intensamente, com liberdade, propósito e verdade. Sem máscaras, sem moldes, sem amarras. Só com a certeza de que estou, finalmente, no lugar que sempre quis estar.
E te convido a seguir por aqui comigo, para falar da vida, como ela é. Sem filtro!
Bora? Tô Pronta!