Durante o inverno amazônico, fortes pancadas de chuva geram transtornos, enchentes dos rios e alagamentos em diversos pontos do estado. Já no verão amazônico, período de seca, provocado pela estiagem, causa problemas de abastecimento de água em diversas localidades e dificulta o transporte fluvial, comprometendo o escoamento da produção ribeirinha.

Atualmente, o nível do Rio Acre na capital acreana é um dos mais baixos já registrados para o mês de maio. Segundo informações da Defesa Civil Municipal, até a última sexta-feira, 23, a capital se encontrava com a pior marca em 11 anos, perdendo somente para a seca de 2023.
Para o coordenador municipal da Defesa Civil, o tenente-coronel Cláudio Falcão, a situação poderia ser ainda mais crítica. “Graças ao mês de abril, que foi o segundo mais chuvoso desde 2015, nós não estamos em uma situação tão crítica”, afirmou.
O tenente-coronel reiterou que, apesar das alterações positivas em Rio Branco e da marca de 4,57 metros, nesta terça-feira, 27, , a situação ainda é de alerta. De acordo com o monitoramento, a medição é fruto de uma situação atípica, com ocorrência na região do Peru e Bolívia nos últimos dias.
“Essa ocorrência aumentou o nível do Rio Acre em 3 metros, lá em Assis Brasil, e esse resultado vem alterando o nível em outros municípios. No sábado pela manhã, nós tínhamos a marca de 3,25 metros e hoje já temos a marca de 4,57, mas isso é momentâneo, outros [rios] estão em um nível bem baixo e também em vazante”, explicou o coordenador.
A Defesa Civil ainda leva em consideração que a marca é a segunda pior, e a perspectiva é de que o Acre enfrente uma seca igual ou menor que a de 2024. “Mesmo sendo igual ou menor, ainda é muito ruim. Nós tivemos a pior seca em 2024, com o nível do rio em 1, 23 metros, então mesmo que não alcance esse número, é ruim”.
Segundo o tenente-coronel Cláudio Falcão, a Defesa Civil já está em contato com o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), para a elaboração de um plano de contingência durante a escassez de água. “Nós já vamos iniciar, na segunda quinzena de junho, os abastecimentos e operações de estiagem na zona rural”, garantiu.
Além disso, o coordenador lamentou que as crises hídricas vêm se tornando uma rotina. “É meio tenebroso o que nos espera em 2025, que vem se tornando quase uma rotina, ano após ano enfrentando secas e inundações”.