Nesta última sexta-feira, 16, moradores de vários da região da Sobral, em Rio Branco, realizaram um protesto após o anúncio de que o Centro POP vai ser instalado em uma casa no bairro Castelo Branco.
A manifestação de moradores, que interditaram durante algumas horas a Ladeira do Bola Preta, é provocada pelo temor do aumento de casos de furto, violência e outros crimes nas redondezas, já que o Centro POP oferece atendimento especializado para pessoas em situação de rua, com o objetivo de garantir seus direitos e promover sua inserção social, inclusive com a distribuição de alimentação.

Mais do que qualquer resquício, que possa parecer, de preconceito contra pessoas em situação de rua, o protesto dos moradores evidencia, na verdade, a quase completa ausência de uma política pública na área social do poder público.
O centro da capital acreana, após a instalação do Centro POP teve um significado aumento no número de pessoas em situação de rua na região. A falta de tratamento eficiente, acompanhamento psicológico, falta de casas de internação colaboram para que os moradores da Sobral insistam em que a transferência de local o Centro POP nada mais é do que “mudar” o problema de endereço e não deixar a região central de Rio Branco.
“Eles só querem tirar o que “feio” do centro e jogar para o nosso bairro. Não é feito mais nada, além disso. A gente sabe que são pessoas que estão doentes, que precisam de tratamento, mas somos nós moradores que temos que pagar a conta do que a prefeitura não resolve”, diz a moradora do João Eduardo I, Beatriz de Souza.
Nesta semana, a redação do Portal Acre recebeu imagens que mostram moradores de rua consumindo droga no centro da cidade, em frente ao Fórum Barão do Rio Branco. A cena, infelizmente, é rotineira para quem passa no local. “Eu vejo isso aqui todos os dias, não é nenhuma novidade, eles usam como se não estivessem no meio da rua”, afirma o comerciante Carlos Saraiva.
Como justificativa para a mudança do Centro POP, o secretário de Direitos Humanos de Rio Branco, João Marcos Luz, afirma que a estrutura, no centro da cidade, não oferece condições de atendimento às pessoas em situação de rua. “Não se trata de transferir o problema, mas de oferecermos um local que possa atender essa população com as condições necessárias. Estamos, na verdade, tentando resolver o problema”, explica.
Veja o vídeo: