A audiência publicada, intitulada “Desafios da oferta de educação rural e indígena no Acre”, realizada nesta terça-feira, 17, no auditório da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), reuniu representantes dos órgãos públicos do estado e gestores da área da educação para discutir a situação da rede de ensino em comunidades rurais e indígenas.

O momento de reflexão foi motivado pelas recentes polêmicas e exposição a nível nacional da situação da educação no meio rural no estado do Acre. No dia 8 de junho, o Fantástico exibiu uma reportagem que denunciou a precariedade da Escola Estadual Rural Limoeiro, que sediava as aulas em um espaço sem estrutura física adequada e com a ausência de água potável.
Durante toda a manhã, o grupo composto pela deputada Socorro Neri (Progressistas) e pelas autoridades da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (SEPI), Secretaria Municipal de Educação de Feijó, Conselho Estadual de Educação, Conselho Municipal de Educação e Tribunal de Contas, discutiram as necessidades das escolas rurais e urbanas com o objetivo de unir forças e atuar de forma integrada.
Para a deputada Socorro Neri, que presidiu a audiência, o momento permitiu desdobramentos, encaminhamentos e providências. Em especial, a criação de um grupo de trabalho. “Um deles, que eu quero destacar, é a formação de um grupo de trabalho para pensar diretrizes e critérios para a educação do campo e educação indígena do Acre. Nós temos uma realidade diferente dos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o que precisa ser considerado na definição de per capita do Governo Federal no que se refere ao transporte e alimentação escolar. É um conjunto de ações que precisam ser melhor direcionadas, com definição de prioridades, o que caberá ao grupo de trabalho a partir de hoje”, disse Socorro Neri.
Segundo o secretário de Educação, Aberson Carvalho, a audiência foi proveitosa e permitiu a compreensão de que é necessário inúmeras mudanças. “Isso foi muito debatido aqui. Nós precisamos de mudanças na legislação, nas estruturas pedagógicas, na infraestrutura e precisamos de junção do governo federal, estadual, municipal e dos parlamentos, além dos órgãos de controle, porque quando a gente fala da Amazônia, da nossa realidade, precisamos entender o desafio a dimensão do que estamos vivendo”, disse o secretário.

Aberson Carvalho ainda acrescentou que é preciso transformar o cenário atual, onde o professor é a única ‘ferramenta’ pública presente nas escolas. “Nós sabemos a realidade do nosso Acre, das nossas escolas, onde muitas vezes há um professor que é a única ferramenta pública que existe na comunidade e isso tudo traz um desafio ainda maior. É preciso entender com o custear, como financiar e como garantir equidade, inclusão e qualidade educacional dentro de uma infraestrutura adequada para o ambiente de ensino e aprendizagem”, completou.