
Por Dulce Benício
Hoje, 5 de junho, celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. Essa data foi criada em 1972, durante Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia.
Este evento marcou um momento crucial ao chamar atenção mundial para os problemas ambientais e necessidade de ações globais para proteger nosso planeta. Desde então, o dia 5 de junho passou a ser dedicado à conscientização e à promoção de atitudes que preservem o meio ambiente em todo o mundo.
Essa data nos lembra que todos temos um papel fundamental na preservação do meio ambiente, garantindo um futuro melhor para as próximas gerações – nossos filhos, netos e todos que virão. Nosso compromisso, enquanto Tribunal de Contas do Estado do Acre, é implementar uma Política Institucional de Sustentabilidade, alinhada aos objetivos globais de desenvolvimento sustentável, a qual será apreciada hoje por Vossas Excelências.
Nossa política foi concebida considerando três dimensões essenciais: a logística sustentável, a gestão de pessoas e a governança institucional. Ela contempla ações voltadas à redução do consumo de recursos naturais, à adoção de práticas de gestão ambiental, à promoção da responsabilidade social e à conscientização de todos os colaboradores sobre a importância da sustentabilidade.
Essas ações envolvem todos os órgãos da estrutura do nosso Tribunal, desde os órgãos deliberativos até os órgãos administrativos e operacionais.
Além disso, a Agenda 2030 das Nações Unidas, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, e, recentemente, a incorporação do 18º ODS – que visa promover a igualdade étnico-racial – reforçam a necessidade de um compromisso institucional e pessoal de cada um de nós com a educação de qualidade, a redução das desigualdades, uso responsável dos recursos e a proteção do meio ambiente.
Ao incorporar esses princípios, o Tribunal de Contas do Acre não só fortalece sua responsabilidade social e ambiental, mas também serve de exemplo para outras instituições, contribuindo para um futuro mais sustentável e justo para todos.
Gostaria de citar a experiência do ex-astronaut da NASA, Ron Garan, que, ao observar a Terra do espaço, evidenciou um paradoxo: enquanto a biosfera vibrante e repleta de vida, os sistemas humanos tratam o planeta como um “subsidiário da economia global”. Em outras palavras, priorizamos o crescimento econômico em detrimento dos sistemas naturais que nos sustentam.
Ao ver a Terra do espaço, Garan percebeu, de forma visceral, que o planeta é um sistema único, frágil e interconectado. Para ele, essa experiência foi um verdadeiro “grande despertar”. Ele destacou como problemas como o aquecimento global, o desmatamento, e a perda da biodiversidade são tratados como questões isoladas, quando, na verdade, são sintomas de um problema maior: a desconexão humana com o planeta. Garan afirmou: “Do espaço, fica claro que não nos vemos como parte de um todo. Enquanto não mudarmos essa mentalidade, continuaremos em crise.”
A solução, segundo ele, está em uma mudança radical de prioridades. Em vez de pensar em “economia, sociedade, planeta”, devemos inverter a ordem: “planeta, sociedade, economia”. Essa simples troca reflete a necessidade de colocar a saúde do meio ambiente como base para todas as nossas decisões. “Só assim evoluiremos de verdade”, afirmou.
Cada ação humana, por menor que pareça, afeta o equilíbrio global.
Gostaria também de citar Alexander von Humboldt, geógrafo, naturalista, astrônomo e explorador alemão que viveu entre os séculos XVIII e XIX. Suas ideias, resultados de longos anos de pesquisa observação dos ecossistemas, continuam extremamente atuais. Humboldt afirmou: A NATUREZA é uma força global, repleta de conexões e relações por toda parte. “Nessa grande cadeia de causas e efeitos, nenhum fato pode ser considerado de forma isolada”. Tudo está interligado.
“A terra é um único e imenso organismo vivo que precisa ser compreendido sob um olhar subjetivo, juntando razão e sentimentos”.
É com esse olhar de respeito, conexão e sensibilidade que quero finalizar minha menção ao dia de hoje. Coloquemos nosso coração na apreciação e na implementação de nossa Política Institucional de Sustentabilidade. Trabalhemos com coragem, determinação e compromisso com a vida de todos os seres: pessoas, plantas e animais. Assim, contribuiremos para o desenvolvimento da nossa terra e do nosso querido Acre.
Obrigada!
Presidente, Cons. Dulce Benício – Artigo foi lido na sessão do plenário do TCE nesta quinta-feira, 5 de junho.