Durante uma confusão na madrugada deste sábado, 21, a advogada Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, morreu após ser atropelada nas proximidades do Dibuteco, localizado no bairro Isaura Parente, em Rio Branco.

A confusão teve início dentro da casa noturna, onde dois grupos iniciaram um desentendimento e, ao deixarem o local, ainda de madrugada, a discussão evoluiu para agressões físicas e no atropelamento que vitimou Juliana.
Ela teria tentado intervir na briga para proteger um colega quando foi atingida por uma caminhonete preta, que foi encontrada posteriormente em frente ao Estádio Florestão. O Serviço Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e Juliana apresentava traumatismo cranioencefálico grave, fratura no fêmur e escoriações generalizadas.
Ela foi entubada no local e levada ao Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), mas não resistiu. A advogada morreu na tarde deste sábado, no Centro Cirúrgico do Pronto Socorro de Rio Branco.
A reportagem do Portal Acre teve acesso ao inquérito policial com os depoimentos dos envolvidos e testemunhas. A cronologia dos fatos mostra desde o início da confusão até o fim trágico de Juliana. O grupo, que a vitíma se divertia junto, era formado pelo advogado Keldheky Maia da Silva, por João Felipe de Oliveira Mariano e sua esposa Bárbara Maués Freire.
Já os envolvidos no outro grupo da briga são Dhiones Siqueira Passos e Ledo Patrício da Silva Almeida Junior (principal suspeito de ter atropelado Juliana).
O gerente da casa noturna Dibuteco, Felipe Pinheiro Batista é a principal testemunha do caso, pois presenciou todos os acontecimentos da varanda da casa noturna.
De acordo com o depoimento de Batista, Juliana foi atingida intencionalmente pelo motorista da caminhonete e o veículo passou por cima dela. Além disso, ele também viu o motorista fugir do local enquanto a advogada agonizava ferida no chão.

Cronologia dos fatos diante dos depoimentos:
– Os dois grupos se desentendem dentro da casa noturna;
– João Felipe, marido de Bárbara, vai ao banheiro e Keldheky falou com o outro grupo pedindo para pararem a discussão/confusão;
– Quando o grupo de Juliana estava saindo do local, escutaram uma conversa dizendo que iam “resolver” a situação do lado de fora;
– No estacionamento está o carro de Bárbara e João Felipe, no qual Juliana entra, enquanto Keldheky vai buscar o carro dele que está em outra rua;
– Quando eles estão indo, três caminhonetes fecham o veículo do grupo;
– As pessoas que estariam nas caminhonetes serião Dhiones Siqueira Passos e Ledo Patrício da Silva Almeida Junior;
– Ao descerem do carro, o grupo de Juliana fala que a situação já foi resolvida e que não há mais necessidade de confusão;
– Juliana e Bárbara descem do carro, começa novamente a discussão e a briga recomeça evoluindo para agressões físicas;
– Com as agressões, Keldheky pegou uma arma que estava dentro de seu carro e realiza disparos para cima para dispersar a confusão. Ninguém foi atingido e ele joga a arma e o pente com a munição para o outro lado da rua;
– Bárbara entra no carro e chama seu marido para entrar no veículo, enquanto o motorista da caminhonete preta dá ré e acerta a porta do lado em que Bárbara está;
– Após isso, o motorista dá ré novamente e atropela Keldheky e Juliana ao mesmo tempo;
– A advogada foi a mais atingida pela caminhonete e sofreu diversos ferimentos com o impacto;
– Conforme o depoimento de Felipe, testemunha que presenciou o acidente, o motorista da caminhonete preta atropelou Juliana de forma proposital;
– A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Ledo Patrício da Silva Almeida Junior caiu na hora em que estava fugindo e foi entregue na Delegacia.
– Juliana foi levada ao Pronto Socorro de Rio Branco, mas não resistiu. A advogada morreu na tarde deste sábado, 21.
– Keldheky foi preso por porte de arma de uso restrito, que é crime inafiançável, mas foi liberado na manhã deste domingo, 22, após passar por audiência de custódia. Keldheky foi representado pelo advogado Roraima Rocha, que conseguiu sua soltura, mesmo com o pedido do Mininstério Público para que a prisão se convertesse em preventiva.