A vice-governadora do Acre e titular da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Mailza Assis, participou nesta terça-feira, 24, da mesa de abertura do 6° Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações: Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas. O evento, que segue até esta quarta-feira, 25, ocorre no Anfiteatro Garibaldi Brasil, na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco.
Durante sua fala, Mailza Assis reafirmou o compromisso do governo do Estado com uma política de segurança pública e nacional integrada, eficiente e sensível às questões sociais da região. A vice-governadora destacou a posição geopolítica estratégica do Acre, que faz fronteira com Peru e Bolívia, e ressaltou a importância da união entre civis e militares na busca por soluções duradouras para os desafios de segurança na região amazônica.
“Esse simpósio une mentes estratégicas do Brasil para debater um dos temas mais urgentes do nosso tempo: a segurança integrada na Pan-Amazônia e nas fronteiras sul-americanas. Nosso tempo exige respostas articuladas, inteligência estratégica e, sobretudo, sensibilidade social”, afirmou.
Mailza também reforçou que migrar muitas vezes é um ato de desespero e que proteger as fronteiras é um dever do Estado, destacando a importância de equilibrar segurança, soberania nacional e respeito aos direitos humanos.
Segurança, soberania e integração
A mesa de abertura reuniu autoridades civis e militares, pesquisadores e especialistas de diversas instituições nacionais e internacionais. O simpósio é promovido pelo curso de pós-graduação em Geografia da Ufac, em parceria com a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, por meio do Instituto Meira Mattos.
O delegado regional da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg) e coordenador do projeto Juntos Pelo Acre, Lauro da Veiga Santos, também destacou a relevância do evento. “Sabemos que nunca vamos deixar de ter fronteira. Por isso, esperamos que os conhecimentos, estudos e pesquisas aqui debatidos possam ajudar a planejar melhor o papel de cada agente envolvido na proteção das nossas fronteiras”, disse.
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Acre, Danilo Lovisaro do Nascimento, ressaltou que o simpósio representa um espaço essencial de articulação institucional e construção coletiva de soluções. Segundo ele, os fenômenos migratórios e as desigualdades históricas da região exigem respostas integradas e sensíveis à realidade local.
“É um importante encontro dedicado a refletir de forma conjunta e estratégica sobre questões urgentes para a nossa região. Falar da Amazônia é falar de um território vivo, plural e desafiador. Uma região, infelizmente, ainda marcada por desigualdades históricas, mas também por uma riqueza humana cultural e ambiental incomparável. Que os debates aqui promovidos contribuam para fortalecer redes de proteção, aprimorar a cooperação transfronteiriça e construir políticas públicas que respeitem a dignidade humana e as singularidades da nossa região”, disse.
Já o general de Divisão Combatente Washington Triani, secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, enfatizou a necessidade de tratamento diferenciado para as fronteiras. “A integração é a palavra-chave. Temos que trabalhar em conjunto, União, estados e municípios, ouvindo quem vive na faixa de fronteira e conhece de perto os desafios”, afirmou.
A mesa de abertura também contou com a participação da reitora da Ufac, Guida Aquino, além da participação de representantes da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército professor Gustavo da Frota Simões e Tassio Franchi, e da coordenadora do programa de pós-graduação em Geografia, Maria de Jesus Morais.
Crise ambiental e impactos na Amazônia
A conferência de abertura abordou o tema “Crise ambiental e mudanças climáticas: impactos sócio-territoriais na Pan-Amazônia”, com palestra do professor Henrique dos Santos Pereira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O pesquisador alertou para os efeitos das mudanças climáticas nas dinâmicas sociais, econômicas e de segurança nas regiões de fronteira.
“O aumento da vulnerabilidade social, a perda de qualidade da água, os impactos na saúde pública e os prejuízos econômicos são algumas das consequências. Além disso, as mudanças ambientais forçam muitas comunidades a migrar, criando o fenômeno dos refugiados climáticos”, explicou.
Henrique Pereira também destacou que o desmatamento tem agravado o aquecimento da região, gerando uma mortalidade extra de milhares de pessoas por ano. “As soluções precisam ser baseadas na natureza, com integração regional e institucional para enfrentar a crise ambiental e seus impactos na segurança”, defendeu.
Programação
Nesta terça, o simpósio segue com uma programação voltada a temas estratégicos para a região, como a atuação das forças de segurança e defesa nas fronteiras do Acre e segurança integrada na Pan-Amazônia e cooperação internacional.
Na quarta-feira, 25, os temas discutidos nas mesas-redondas serão: Fluxos migratórios na Pan-Amazônia e Direitos Humanos e Dinâmicas de Segurança e Fronteira entre o Acre, Bolívia e o Peru.
A participação do governo do Estado no evento reforça o compromisso com o fortalecimento das políticas públicas de segurança e direitos humanos em um território considerado estratégico para a soberania nacional.
As discussões e painéis podem ser acompanhados ao vivo pelos canais oficiais do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), do Mestrado em Geografia da Ufac e pelo canal do governo do Estado do Acre no YouTube.
