Um relatório elaborado pelo Sindicato dos Médicos do Acre, após visitas técnicas em unidades de saúde de Rio Branco, capital do Acre, aponta demora em avaliações médicas, falta ou fornecimento instável de medicamentos e outras condições adversas. Entre os espaços citados, estão: unidades do Hospital de Urgência e Emergência da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Serviço de Atenção Especializada (SAE) e unidades de pronto atendimento da Sobral e do Segundo Distrito.

O relatório, encaminhado à diretoria de Gerenciamento de Unidades Próprias da Sesacre e ao Secretário Estadual de Saúde, no último dia 13 de junho, aponta que na UPA do Segundo Distrito, por exemplo, medicamentos essenciais como anti-hipertensivos e antieméticos estão em falta, assim como seringas e escalpe, dispositivo médico utilizado para administrar medicações e/ou intravenosas e para coleta de sangue. Além disso, a indisponibilidade de frascos de soro de até 200ml gera desperdício de produtos, já que os profissionais usam soro de 500ml e descartam o restante para evitar contaminações. O cenário atual apresenta riscos operacionais, já que compromete a segurança clínica.
De acordo com o documento, as condições verificadas ainda envolvem ausência de equipamentos de monitoramento contínuo para pacientes graves, exigindo que os médicos realizem a checagem de forma manual, demora nas avaliações de pacientes cirurgiados, falta de medicamentos para controle da pressão arterial, antibióticos, remédios contra enjoos e vômitos, broncodilatadores e outros itens essenciais.
O farmacêutico chefe da UPA 24h do Segundo Distrito, Luiz Felipe Carneiro de Farias, encaminhou uma resposta a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), alegando que o abastecimento de medicamentos e soros foi devidamente requisitado ao Departamento de Administração Farmacêutica e Insumos (DAFI) e os materiais médico-hospitalares (MMH), solicitados ao Almoxarifado Central de MMH.
Além disso, a UPA do Segundo Distrito solicitou uma reunião técnica entre Sesacre, DAFI e MMH como uma das medidas para sanar as irregularidades reportadas.
Ainda segundo o relatório, consta que as respostas da Fundhacre, SAE, UNACON ainda não foram manifestadas.
A reportagem tentou contato com a Sesacre para um posicionamento, mas não obteve retorno. O espaço segue à disposição, caso haja interesse em uma manifestação.