Nesta terça-feira, 1, durante sessão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) , o deputado estadual Afonso Fernandes (PL), voltou a criticar os constantes embargos aplicados a produtores rurais do estado. O parlamentar também alertou para a dificuldade de diálogo com órgãos ambientais e defendeu que a bancada federal do Acre e da Região Norte assuma o protagonismo no debate.
Afonso destacou que os embargos e confiscos de propriedades rurais têm se intensificado, e que muitos deles estão sendo feitos via satélite, sem qualquer verificação presencial, o que estaria prejudicando inclusive produtores que estão em situação regular.
“É uma brincadeira. Hoje os embargos estão sendo feitos via satélite. Em vez de verificar, pegam um apanhado geral, entra quem está irregular, mas também quem está regular. A situação só piora”, afirmou.
Audiência pública marcada para o dia 11 de julho
Durante sua fala, o deputado anunciou a realização de uma audiência pública no próximo dia 11, no auditório da FAO, com capacidade para mais de 500 pessoas. A intenção é reunir produtores, parlamentares e representantes da sociedade civil para discutir os impactos das leis ambientais sobre a produção no Acre.
“Se a gente não conseguir movimentar as peças certas com essa audiência, serão só palavras ao vento”, afirmou Afonso. Ele reforçou que a questão ultrapassa o poder da Assembleia Legislativa e depende da atuação direta de deputados e senadores no Congresso Nacional.
Críticas à COP30 e à presença internacional na Amazônia
O parlamentar também questionou a presença de organizações internacionais no debate ambiental da Amazônia, fazendo referência à COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA).
“As organizações internacionais vêm para dentro do nosso quintal discutir o que é de interesse deles, não nosso”, criticou Afonso, defendendo mais autonomia da região Norte na construção das políticas ambientais.
Encaminhamentos
O deputado adiantou que pretende reunir parlamentares de outros estados da Amazônia Legal, como Rondônia, Roraima, Amazonas e Amapá, para ampliar o debate sobre os embargos ambientais e seus impactos nas famílias produtoras da região.
“Produtores e famílias estão aqui buscando a paz para trabalhar e produzir alimento. Essa é uma luta que precisa ser abraçada por todos nós”, concluiu.
