
Comerciantes do centro de Rio Branco e representantes do setor de segurança pública se reuniram nesta quinta-feira, 10, na sede da Associação Comercial (Acisa), para debater os furtos de cabos elétricos de cobre e assaltos de lojas que vem afetando o setor comercial do centro da capital acreana financeiramente e gerando medo e preocupação entre os trabalhadores. A iniciativa foi promovida pela vice-presidente da Acisa, Siglia Abrahão.
Os empresários realizaram um movimento de abaixo-assinado, onde mais de 100 assinaturas foram coletadas e apresentadas às autoridades como uma forma de registrar a proporção do problema e reivindicar uma guarnição especializada para o monitoramento noturno da região. Além disso, há a cobrança por políticas públicas efetivas para que os autores das ocorrências sejam responsabilizados.
Para a presidente da Acisa, Patrícia Dossa, a instituição vem sendo procurada pelos comerciantes para que, junto ao setor público e privado, haja a proposição e implementação de ações para minimizar os impactos e destacou que a mudança do Centro Pop, vista a relação das ocorrências com as pessoas em situação de rua e usuários de drogas, já alterou o dia a dia de forma positiva. “Com a mudança do Centro Pop, já se vê alguma melhora ali pelo centro da cidade e nós reforçamos que o nosso serviço aqui na Acisa é, justamente, defender os interesses dos empresários e pensando nisso nós provocamos essa reunião para iniciar as conversas e tentar resolver esse problema”, disse Dossa.
Patrícia Dossa informou que não há uma estimativa do prejuízo financeiro causado aos comerciantes e que a apuração é prejudicada pela falta de denúncia e registro do boletim de ocorrência em razão da descrença por parte dos comerciantes de que a procura pelas autoridades possa favorece-los. De acordo com o delegado da Polícia Civil, Nilton Boscaro, o número de registros caiu. Em janeiro, foram registradas cerca de 50 ocorrências de furtos de cabo de cobre, em junho, o número chegou a 33.
O delegado da Polícia Civil reforça que a ausência de denúncias impacta no serviço de patrulhamento, já que é por meio de boletim de ocorrência que as unidades policiais delegam as atuações, seguindo o que é apontado como prioridade e emergencial.
“É de suma importância que todo cidadão lesado, que tenha tido seu direito violado, o que constituí crime, que procure a delegacia, que procure a Polícia Civil, porque trabalhamos com a análise de dados e se esses dados não chegam até a polícia, isso prejudica o nosso trabalho investigativo”, explica Nilton Boscaro.
Empresária e proprietária da Galeria Danielle, localizada no centro da cidade, Simone Abraão relatou ao Portal Acre que seu negócio sofreu com furtos reincidentes.
“No dia 17, nós tivemos o primeiro furto durante a madrugada, e nós fizemos todo o cabeamento, um prejuízo grande e no outro dia já sofremos um segundo furto. Três dias depois, o terceiro furto. Então nós estamos nos esforçando, no sentido de solicitar ao poder público, ações integradas efetivas e um policiamento noturno, com postos fixos para os policias, iluminação. Nós coletamos mais de 100 assinaturas e em todos os comércios, nós ouvimos um relato, de pessoas que adentram o estabelecimento e ameaça com ferro, então precisa haver a responsabilização desses pequenos grupos, é preciso coibir o crime”, declarou Simone Abraão.