A época da estiagem, uma das consequência do verão amazônico, atinge diversas pessoas no Acre. O período de seca e altas temperaturas provoca mudanças no nível do Rio Acre que nesta segunda-feira, 7, atingiu 1,88m, sendo uma das piores marcas nos últimos 11 anos.
Para amenizar os impactos da seca que se aproxima nos próximos meses, a Defesa Civil de Rio Branco deu início a Operação Estiagem. Segundo o coordenador do órgão, o tenente-coronel Cláudio Falcão, a ação atende comunidades rurais da capital acreana com caminhões pipa para abastecimento de água.
“Nós começamos a operação pela comunidade, que ainda é rural, do Panorama. Nesse local, atendemos 600 famílias. Em seguida, nós atendemos diversas comunidades localizadas na estrada do aeroporto na BR-364, seguindo até a divisa com o Bujari. Amanhã (terça-feira) seguimos outra rota que é a Transacreana. Nós vamos até o KM 100, atendendo diversos ramais, vilas e comunidades. Também é uma quantidade bem grande de pessoas. Na quarta-feira, vamos para a estrada de Porto Acre, para o Jarbas Passarinho, para o Quixadá e também para a BR direto a Porto Velho”, explica Falcão.
As rotas, de acordo o coordenador da Defesa Civil Municipal, seguem de forma alternada e repetida nos próximos dias. Conforme Falcão, a estimativa para o número de pessoas atendidas varia durante o período da operação.
“Esse número sempre é flutuante, a estimativa que nós temos é que nós atenderemos, neste início, algo em torno de 5 a 6 mil famílias, que vai dar um valor aproximado entre 25 e 30 mil pessoas. Nós atendemos todos os quadrantes do município ao derredor (em torno) da zona urbana, mas também com distância. É uma operação grandiosa, que nós começamos na madrugada e tem dias que a gente entra pela noite para poder dar conta de abastecer”, destaca o coordenador.
Falcão pontua também que os caminhões que operam na ação tem carga variada entre 5 toneladas e 25 toneladas de água para abastecer essas comunidades. “São 25 mil litros, mas tem locais que a gente precisa de muito mais. Por isso, tem que andar bastante”.
A Operação Estiagem deve ser executada até meados do mês de dezembro, quando começam as chuvas irregulares no estado. Nesse período, a operação é suspensa e reiniciada no ano seguinte.
Marcação histórica
Neste dia 7 de julho, como citado anteriormente, o Rio Acre atingiu a pior marca dos últimos 11 anos para este dia. O nível do manancial se igualou ao de 2016 e superou a segunda pior marca em 2022 com 2,12m.
“Na realidade, a gente não está na pior marca porque nós estamos empatados com 2016. Amanhã já é outro dia, que a gente tem que averiguar também como nós vamos estar. Até mesmo a maior seca que nós tivemos, que foi 2024, nessa data a gente estava acima de 2m. Nesse momento, a gente está numa situação pior”, enfatiza Falcão.
De acordo com o tenente-coronel, a preparação envolve o plano de contingência de queimadas, o plano de exaurimento hídrico (esgotamento ou diminuição significativa dos recursos hídricos) e o plano de temporais.
“Para poder agir a qualquer momento que acontece agora, nesse trimestre especialmente julho, agosto e setembro. Precisamos minimizar os impactos da seca controlando as queimadas, abastecendo as comunidades. Nós também temos que verificar a navegação, já que o rio não fica navegável nesse momento. A gente tem que verificar uma série de situações para isso. Além disso, a população também precisa colaborar com racionamento de água, ou não desperdício de água, principalmente neste aspecto, e ao mesmo tempo, cuidar da sua saúde: se protegendo do sol, usando filtro solar e se hidratando bastante, porque nós vamos ter altas temperaturas e a umidade relativa do ar cai bastante nesse momento, aumentando o número de doenças respiratórias”, finaliza.
