
Um grupo de estudantes brasileiros matriculados na Universidade Amazônica de Pando (UAP), localizada na cidade de Bolpebra, na Bolívia, fronteira com Assis Brasil, denunciam ameaças e falta de condições estruturais para estudo. Na denúncia recebida pela reportagem do Portal Acre, os alunos relatam necessidades extremas, ameaças e uma relação complicada por parte da faculdade.
De acordo com a denúncia, a professora Daniela Uriona intimida os alunos e age de maneira autoritária em sala de aula. Segundo um aluno que não quis se identificar, a professora usa o título de médica para ameaçar os alunos de serem reprovados.
“Temos que conviver com uma professora que trata da pior forma os alunos. A mesma usa do poder de docente e quase todos os dias usa o tom ameaçador, destratando, usando argumentos pesados, debochando e desqualificando os trabalhos de diversos alunos”, denuncia.
Segundo os relatos, há quase dois anos os alunos aguardam a reitoria cumprir as promessas feitas durante a campanha para a reeleição, que tinha como tema a “Renovación”. Conforme eles, as coisas pioraram e, até hoje, nada mudou. As estruturas da faculdade estão precárias, as instalações estão insalubres, faltam equipamentos de prática e a estrutura predial é emprestada e está comprometida.
No caso do prédio, pode ser utilizado somente a parte superior, já que na parte inferior funciona o posto de saúde da comunidade de Bolpebra. A falta de estrutura, segundo os estudantes, compromete a qualidade de ensino.
“Nos prometeram um prédio semelhante ao prédio de Puerto Evo, em Plácido de Castro, e sequer temos água para beber. Os banheiros são coletivos, ou seja, se divide com a comunidade. Não temos energia, pois funcionamos com um motor a gasolina e nos últimos dias ficou escasso e regrado para os professores ministrarem as aulas. A placa solar que foi doada em período de campanha da reitoria, já não funciona”, diz a estudante.
Além das irregularidades pedagógicas e estruturais, os estudantes também relatam que o ambiente é de medo e insegurança institucional. De acordo com eles, ao tentar apresentar sugestões ou reclamações, são recebidos com desprezo ou ameaças veladas.
“Nos sentimos humilhados. Não existe abertura verdadeira e segura para o diálogo. Até quando vamos viver com essa mentirosa e aparente ‘boa’ relação? Vivemos um verdadeiro regime ditatorial com essa professora. Queremos o mínimo de respeito e as promessas cumpridas para que tenhamos a qualidade que uma universidade deve ter. E queremos também a retirada dessa professora, para que possamos seguir com o nosso curso”, desabafa outro estudante.
A reportagem do Portal Acre entrou em contato com a Universidade Amazônica de Pando em busca de um posicionamento sobre essa situação, contudo não teve retorno até o fechamento deste material. O espaço segue à disposição, caso haja interesse em um pronunciamento.