Rio Branco, 12 de julho de 2025.

ALEAC

“Eu só quero o direito de trabalhar e não ficar ‘mendigando’”: Abalado, produtor rural pediu por direito à dignidade

Pai e filha falaram sobre ação do ICMBio em área de terra na Resex: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

Na manhã desta sexta-feira, 11, na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), o produtor rural e pecuarista Gutierrez Ferreira ocupou a tribuna e desabafou sobre a realidade de sua família e de outros produtores rurais diante dos embargos e da proibição das atividades agrícolas e pecuárias nas terras da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex).

Emocionado, Ferreira declarou que o pedido da classe rural é o direito a trabalhar com dignidade. “Meu pai me ensinou a nunca estar em porta de deputado, de vereador, de secretarias, pedindo sacolão. Não queremos sacolão, nós queremos o direito de trabalhar e não mendigar. Nós queremos viver na floresta, trabalhando, para ter uma vida digna. Hoje, eu me sinto humilhado”, disse o produtor.

Gutierrez Ferreira apelou pela união das autoridades a favor da causa e chamou a atuação do ICMBio de ‘covarde’. “Imploro a vocês, se unam, se unam por essa causa justa […] Eu chamo o ICMBio de covarde, não de parceiro. Eu queria que eles chegassem na minha casa, para almoçar comigo, com propostas e não reprimindo. Eles levaram tudo o que eu tinha de melhor, a minha dignidade, mas eu não vou me calar e vou correr atrás disso até as últimas horas da minha vida”, continuou Ferreira.

A filha de Ferreira, Mariana Rodrigues, também subiu à tribuna para denunciar o que descreveu como “absurda”. “O que eu mais falo para todos, é que para tudo, há uma forma de atuar. E a forma como o ICMBio chega é absurda. Vocês não têm ideia do que eles fazem com o psicológico das pessoas. Imagine o que é você ser um pai de família, chegarem e só te dizerem ‘vai embora, você não tem mais nada aqui’. Onde sua filha, o seu filho, vai dormir?”, declarou.

Mariana Rodrigues declarou que os produtores rurais são tratados como bandidos e que os agentes ficam “como policiais, fortemente armados”, com uma postura abusiva. Segundo Rodrigues, o ICMBio tentou proibir a filmagem das ocorrências, mesmo sem apresentar uma ordem judicial. “Eles dizem que a gente tenta dificultar a operação, mas dificultar é filmar, é colocar nas redes sociais, é pedir para ler o que eles exigiam que fosse assinado. E eu filmei as ações dele, nós temos provas”, acrescentou.

Audiência pública juntou autoridades e produtores para debater embargos em terras acreanas: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

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