Rio Branco, 7 de julho de 2025.

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Expoacre Juruá consagra setor do café como o grande protagonista da indústria acreana

Café se consolida e já produz quase toda a demanda da indústria local: Foto Daigleíne Cavalcante

O aroma do café fresco inundou o Juruá. O novo ciclo vivido pelas cidades da região ganhou ainda mais força durante a Expoacre Juruá 2025. É que o setor cafeeiro não apenas participou, mas liderou e movimentou cifras milionárias que provam o que muitos já sabiam: o café do Acre tem qualidade, mercado e, agora, reconhecimento.

Ao longo dos seis dias de feira, três empresários assinaram cartas de intenção de compra que somam R$ 18 milhões, colocando o café como o setor com maior volume de negócios na edição deste ano.

Um dos compradores é o empresário José Altevir Menezes Moreira, representante do Grupo Ferlim, da marca Café Vovó Pureza.

“Tudo isso nos deixa muito esperançosos, porque a matéria-prima do café é muito difícil. Há alguns anos, a gente comprava fora do Estado, o que aumentava muito o custo para o consumidor final. Hoje, já conseguimos comprar quase 100% aqui mesmo”, celebrou.

Empresário destaca que aumento da produção facilita produção industrial de beneficiamento do café: Foto Daigleíne Cavalcante

A valorização do produto local é também uma vitória para os pequenos produtores, que acreditaram que o café poderia transformar sua realidade.

Jonas Lima, presidente da Coopercafé, representa essa esperança convertida em prosperidade.

“O produtor acreditou que, se plantasse café, teria onde vender. E hoje ele não só vende, como vê sua terra valorizada. Quando começamos, o hectare era R$ 5 mil. Hoje, nas ilhas do café, não se encontra por menos de R$ 20 mil. O produtor está seguro, quer ficar no campo.”

Jonas vai além. Ele mesmo, pequeno no início, já comprou terra de fazendeiros: “Antes era o colono que vendia, hoje é o contrário. E a nossa cooperativa trabalha para que cada cooperado cresça, vire um médio ou grande produtor. Queremos uma zona rural de classe média e alta.”

A afirmação é respaldada pelos números. Um hectare bem cuidado pode produzir até 100 sacas de café, o que representa em média R$ 100 mil de retorno por ano. Isso, em um estado que preserva 85% da sua floresta, mostra que é possível aliar sustentabilidade e produção de alta qualidade.

O secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanipal Mesquita, afirmou que a movimentação financeira do setor cafeeiro na feira superou qualquer expectativa.

Cartas de intenção assinada pelos empresários chega a R$ 18 milhões: Foto Daigleíne Cavalcante

“Esses R$ 18 milhões são só o começo. O café já está consolidado como produto de destaque do Acre. A Expoacre é uma vitrine, mas os reflexos desses negócios duram o ano inteiro. Temos um modelo a ser replicado e fortalecido.”

Mais que uma bebida, o café do Acre carrega histórias, gerações, resistência e inovação. E, em 2025, mostrou que o futuro da economia rural pode estar em cada grão torrado pelos produtores do estado.

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