Rio Branco, 4 de julho de 2025.

Cetrin

Falta de políticas públicas escancara desafio de tratamento a população em situação de dependência química

A transferência do Centro Pop do centro da capital acreana para o bairro Castelo Branco, localizado na regional Floresta, gerou inúmeras polêmicas e direcionou os olhos da população e das autoridades para uma situação emergencial: a crise no setor de assistência a pessoas em situação de rua e em estado de vulnerabilidade por uso abusivo de álcool e outras drogas.

Representante de casa terapêutica fala na Aleac sobre importância de oferta de tratamento: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

Segundo levantamento da instituição, a dependência química é, na maioria dos casos, o motivo dos cidadãos viverem nas ruas. O estado físico e mental dessa comunidade exige a aplicação de um tratamento contínuo e eficaz, o que não é a responsabilidade principal do Centro, já que atua no atendimento inicial e encaminhamento para os serviços competentes, como assistência psicossocial e casas terapêuticas.

Para o coordenador geral da Associação Beneficente Caminho de Luz, José Muniz de Oliveira, a polêmica do Centro POP mostra a importância da valorização das casas terapêuticas para que a comunidade não fique desassistida.

“Isso mostra que as casas terapêuticas fazem esse trabalho complementar e quando nós tínhamos essa associação [convênios], a gente abordava todos esses problemas, levando essas pessoas para as casas, onde elas eram beneficiadas com a recuperação. Hoje em dia é um “enxuga gelo”, eles têm acesso a alimentação, mas ficam pelo meio da rua roubando, fazendo coisas erradas e não se recuperam nunca. E isso não funciona, para a recuperação, não funciona”, diz o coordenador geral.

A Associação Beneficente Caminho de Luz atua há mais de 20 anos e conta com equipes de psicólogos, assistentes sociais, monitores, cuidadores, entre outros profissionais, que auxiliam no tratamento de pessoas nos dependentes químicos em Rio Branco, Bujari, Plácido de Castro, Cruzeiro do Sul e Brasiléia. Apesar da força de vontade e do serviço estar em diversas localidades, a falta de recursos e apoio do governo prejudica o andamento dos serviços.

“Muitas vezes eles, os pacientes, vêm realmente com aquele intuito de receber o tratamento e tem a chance de você não poder acolher por falta de apoio do estado. A gente quer atender a todos, mas temos uma demanda muito grande, porque não é só pessoas doentes, são pessoas com problema na justiça, outros problemas de saúde. E a casa terapêutica realmente busca fazer com que essa pessoa possa retornar a sociedade e ter uma vida digna”, relata José Muniz.

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