Rio Branco, 12 de julho de 2025.

Prefeitura de Rio Branco

Movimentos sociais e autoridades se reúnem para discutir elaboração do Plano de Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua

Promotor Thalles Ferreira destacou que ações devem promover dignidade à comunidade: Foto Gabrielly Martins

Diante da ausência de políticas públicas voltadas às pessoas em situação de rua de Rio Branco, e em resposta a ação judicial movida pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), que cobra ações eficazes em prol da comunidade, a Prefeitura de Rio Branco realizou nesta quinta-feira, 10, um encontro para escuta qualificada com representantes dos órgãos atuantes, pessoas em situação de rua e pessoas que conseguiram sair das ruas por meio do atendimento de unidades de apoio.

Entre as propostas estudadas para compor o plano municipal, estão a promoção ao acesso à moradia digna, acesso à cultura, lazer e esportes, alimentação, assistência social e psicológica, saúde, abrigos e outros. Apesar dos encaminhamentos iniciais, o momento buscou escutar a comunidade e entender as necessidades reais e emergenciais.

Os moradores reivindicaram casas terapêuticas, oportunidades de empregos, saída da rua para evitar problemas de saúde ocasionados por chuvas e ondas de frio e atendimento qualificado para desintoxicação e ressocialização na sociedade.

Para o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco, João Marcos Luz, toda a equipe da prefeitura está dedicada a elaborar e implementar as ações em prol das pessoas em situação de rua. “Estamos realizando diversas reuniões e hoje, para fazer parte desse plano, a gente veio para escutar as opiniões da população para que, em breve, o Comitê já com o plano, irá fazer o debate e a aprovação”, disse o secretário.

O promotor de Justiça do MPAC, Thalles Ferreira, esteve presente no encontro e reforçou que as ações não devem fortalecer somente a atuação do Centro Pop, mas sim promover dignidade à comunidade de forma ampla e plural. “O local Centro Pop não é a política para a pessoa em situação de rua, não basta ter uma Centro Pop, porque nós queremos ver essas pessoas sendo inseridas no mercado de trabalho, que vocês tenham renda, independência, condições de higiene adequada, direito à cidade, e possam conviver em uma praça sem serem agredidos, como a gente vê acontecer. Nós queremos tudo isso”, declarou Thalles Ferreira.

Segundo o coordenador do Centro Pop, Gabriel Ferreira, todo e qualquer planejamento necessita de escuta e diálogo e que não poderia ser diferente em um momento de elaboração de políticas para a comunidade. “O plano municipal para as pessoas em situação de rua busca conscientizar a todos sobre os direitos das pessoas e agora ele vai estar tipificado, ou seja, vai estar no papel. Saúde, habitação, assistência social, educação, todos esses eixos vão ser inseridos no nosso plano e isso é importante para entender quais as necessidades deles [os cidadãos]”, explicou o coordenador.

Airton dos Santos, ex-pessoa em situação de rua, foi atendido pela unidade de acolhimento Dona Elza e conseguiu mudar de vida. Para Airton dos Santos, o encontro viabiliza que a comunidade venha a receber apoio em um momento de abandono. “Quando você está na rua, você se vê sem ninguém, sem apoio e até a sua sombra te abandona, porque você já não tem como pagar sua luz, sua casa, você não tem privilégio de nada […] Eu não estou mais na rua, estou abrigado e isso me deixa muito contente, e eu quero que continue, que o prefeito e o governador pensam nas pessoas que estão em situação de rua, porque nós somos seres humanos”.

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