Rio Branco, 18 de agosto de 2025.

Sem fronteiras 4

“A vida dele já é uma vitória, mas pode melhorar”, treinador mobiliza campanha para cadeira adaptada para atleta paralímpico que perdeu pernas durante acidente em Cruzeiro do Sul

Apesar do pouco tempo de treinamento, Luan já tem resultados expressivos nas piscinas: Foto acervo pessoal

O estudante e atleta Luan de Lima Pereira, de 21 anos, teve a vida transformada ainda na infância. Com apenas oito anos de idade, em 2012, um grave acidente de trânsito fez com que o jovem perdesse as duas pernas e a irmã mais velha, Laiane de Lima Pereira, de 10 anos, que morreu no trágico dia.  

A trajetória em busca de dignidade é marcada por desafios, mas também pelo desejo de superar as adversidades. Na natação, Luan Pereira encontrou uma forma de ir além das limitações impostas pelo desastre e pelo preconceito.

Aluno do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre (Ufac), o jovem também é integrante do Centro de Referência Paralímpico do Acre, localizado dentro do campus universitário, há cerca de um ano. Apesar de ainda estar no início da carreira de atleta, Luan Pereira já conquistou marcos importantes, com duas medalhas de ouro a nível estadual e três medalhas no nacional, disputado em Brasília.

Luan Pereira foi ouro no 50m livre, prata no 100m nado costas e bronze no 100m livre. Segundo o estudante, o resultado era esperado e foi impulsionado pelo trabalho do treinador Nilton Pontes. “De certa forma, eu esperava esse resultado, porque nós nos esforçamos e nos dedicamos muito, com todos os treinamentos, e tudo isso foi graças ao meu treinador, que é muito esforçado e me ajuda muito”, compartilhou.

Ainda de acordo com o nadador, a natação é uma forma de lidar com os desafios físicos e emocionais resultantes do acidente. “Eu busco superar as dificuldades que surgem no dia a dia, mas não é fácil, tenho muitas adversidades, tanto físicas como emocionais, e é muito complicado lidar com essas duas coisas”, acrescentou.

Luan conta que encontrou na natação um motivo para sorrir e superar os desafios: Foto acervo pessoal

Para Pereira, estar dentro da piscina é uma forma de se sentir poderoso. “A sensação de estar dentro da piscina também é desafiadora, mas eu me sinto muito feliz, esqueço as dificuldades e me sinto poderoso dentro da água”, reforçou.

Uma das dores de Luan Pereira é a ausência de uma cadeira de rodas adequada para a sua condição, o que afeta a sua mobilidade e evidencia ainda mais as desigualdades vividas por pessoas com deficiência.

“Essa cadeira de rodas [que tenho atualmente] é inadequada para mim e dificulta muito a minha locomoção, de ir pros lugares e até mesmo de ir para a faculdade e para a natação. A cadeira que eu tenho hoje é muito pesada e o que preciso é de uma cadeira adaptada, que custa cerca de R$ 5,5 mil, e que me ajudaria demais, porque me daria mais qualidade de vida”, explicou.

O treinador Nilton Pontes declara que as condições do equipamento utilizado pelo jovem para se locomover tem lhe causado incômodo há bastante tempo. “É uma coisa que vem me incomodando, porque a gente vê o dia a dia dele, quando olhamos para os outros atletas do centro, a maioria já tem uma cadeira mais específica, mas o Luan não tem. Conversando com ele, vi que sempre foi assim, nunca teve a cadeira, nem a prótese adequada. Quando voltamos de Brasília, com a medalha, voltei decidido a aproveitar esse momento pra conseguir investir nisso”.

Nilton Pontes acrescentou que tem esperança de que irão conseguir melhorar as condições de vida do atleta. “Eu estou confiante de que a gente vai conseguir dar dignidade para esse menino, porque ele merece. A mãe dele já sofreu muito, teve que abandonar, parar a vida, para cuidar dele, com oito anos de idade teve que ficar pulando de hospital em hospital, sem nenhuma ajuda. A renda deles é o auxílio doença. Então a gente percebe que a vida dele já é uma vitória, mas pode melhorar”, pontuou.

Além disso, o treinador celebra a força de vontade do jovem de fazer a diferença e de buscar inclusão. “O esporte faz bem para a vida dele, para a mente, e não é só virar atleta, ganhar medalha, isso é legal, mas ele está em um ambiente com pessoas semelhantes a ele, e já tira esse sentimento de que ele está deslocado. Ele vê que tem pessoas com as mesmas dificuldades, com a mesma luta”.

“Uma cadeira adaptada melhoraria muito a minha qualidade de vida”, conta Luan: Foto Luís Oliveira

Pontes fez um apelo para que Luan Pereira possa ganhar uma nova cadeira de rodas e pediu a ajuda de todos que possam contribuir. “Esse equipamento são as pernas dele, então seja qual for a quantia, qualquer ajuda que possa ser dada, doada o Luan, vai ser especial. Não é qualquer cadeira, ela é feita por encomenda, e recebemos hoje o orçamento de que ela custa R$ 5,5 . Nós não temos, mas se cada um der um pouquinho, a gente consegue e o Luan vai se sentir agradecido pelo resto da vida, porque vai transformar a vida dele.

O jovem atleta adicionou que a cadeira de rodas é uma nova conquista. “Me ajudem, por favor, a conseguir mais essa conquista para que eu tenha conforto e mobilidade na minha vida. O meu pix é (68) 99209-0926”, pediu.

Contribua com o atleta Luan Pereira

Pix: (68) 99209-0926 – Luan de Lima Pereira

Mais informações ou outro tipo de ajuda podem ser feitas com o treinador Nilton Pontes pelo contato 68 99981-8502.

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