
Nesta quinta-feira, 14, o ex-superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Benício Dias, se defendeu das acusações do atual gestor do órgão, Clendes Vilas Boas, sobre buscar votos dos servidores na época em que concorria ao cargo de vereador.
Segundo Benício, o atual superintendente não falou a verdade ao dizer que ele estava tentando buscar votos das pessoas que trabalham na RBTrans.
“Eu não fiz isso, porque todas as pessoas que lá estavam foram perseguidas a partir do momento que eu saí. As pessoas passaram a ser perseguidas e se eles pelo menos mencionassem o meu nome, eram chamados à superintendência. Eram praticamente colocados de joelho e dizer que não me apoiavam e sim apoiavam o candidato dele. Porque se as pessoas continuassem falando o meu nome, elas eram exoneradas, elas eram desligadas do cargo de confiança e se fossem terceirizadas, eram devolvidas para a terceirizada”, disse.
Benício também afirmou que as pessoas o procuravam dizendo que estavam sendo constrangidas. De acordo com ele, as situações foram comunicadas ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
“Quero deixar bem claro aqui, registrado, que eu fui até o prefeito e falei para ele que os servidores da RBTrans estavam sendo perseguidos pelo atual superintendente e ele simplesmente disse que o secretário podia fazer o que quisesse. E eu disse para ele, mas eu enquanto superintendente não fiz. Eu protegi todas as pessoas que o ex-superintendente deixou para mim lá. O senhor Anísio deixou o gabinete pronto, deixou a secretaria montada e eu não mexi em ninguém, continuei com a equipe que o Anísio deixou. Quero deixar isso bem claro. Mas o outro, assumiu a superintendência e começou a perseguir todas as pessoas que tinham algum tipo de ligação comigo”, afirmou.
Outro ponto que foi enfatizado por Benício se refere a exoneração publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de quarta-feira, 13. Conforme Dias, a saída do cargo de diretor de Gestão da Secretaria Municipal de Agropecuária (Seagro) foi um pedido dele. Além disso, não tem qualquer relação com as denúncias feitas pela ex-servidora Marília Rodrigues.
“Foi uma coincidência. Uma pena que aconteceu isso. Eu fiz o meu pedido de exoneração um dia antes e na noite posterior ao meu pedido apareceu essa confusão toda. Não tem nada a ver uma coisa com uma outra. Inclusive eu coloquei o meu pedido de exoneração na rede social. Eu fiz a minha carta de repúdio explicando os motivos. Portanto, não tem nada a ver com ela, nem nenhuma outra. Infelizmente chegou um momento em que fizeram esse link comigo e por isso eu estou aqui para justificar que não tem nada a ver”, explicou.
Por fim, Benício declarou que sua saída da gestão de Bocalom se deve a divergências políticas e com os rumos que o Executivo tem tomado.
“Eu saí porque eu cheguei conclusão que não dá mais para continuar participando da gestão diante das circunstâncias do que eu tenho observado. Chegou o momento de eu sair mesmo, o ciclo se fechou e a hora de procurar um novo grupo político, de fazer parte de uma nova história. E deixar aqui bem claro que o senhor Bocalom não faz mais parte da minha vida política, a partir de agora é meu adversário político e eu vou ter que trabalhar para levar outra pessoa ao governo, à prefeitura. Eu preciso fazer parte dessa nova história, de uma nova gestão, de um novo grupo político”, declarou.
Ele complementou dizendo. “O que me deixou chateado é porque enquanto nós, não só eu, mas todas as pessoas que acompanhavam o senhor prefeito, enquanto nós estávamos trabalhando por um projeto, os petistas estavam nas benesses do poder, porque eles ficaram 20 anos no poder. E quando nós chegamos aqui, a prefeitura passou a ser entregue em cargos estratégicos para pessoas ligadas ao PT. E isso me incomodou muito. Então, eu não posso fugir da minha história, não posso recuar de ir da minha história e negar a minha luta para ter conquistado esse espaço junto com o senhor prefeito e de repente ser menosprezado diante da gestão”, finalizou.