Uma agente de trânsito de Rio Branco, identificada como Danielle da Costa, denunciou uma série de perseguições e represálias, sofridas desde 2022, praticadas supostamente pelo superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas.
No vídeo, exibido pelo vereador Neném Almeida (MDB) durante a sessão da Câmara Municipal desta quarta-feira, 14, Dani aparece junto a Marília Rodrigues, ex-servidora que também acusou Clendes de assédio moral.
De acordo com ela, a suposta perseguição teve início após um grupo de dez agentes formalizar uma denúncia no Ministério Público contra Vilas Boas, o que teria resultado na criação de uma “lista” com os nomes dos servidores dentro da autarquia.
Segundo Dani, desde então os servidores que participaram da denúncia tem enfrentado retaliações.
“A nossa vida realmente virou um caos. Os dez agentes que denunciaram ele, só teve represálias, em torno dessa situação. Ele começou a puxar a ficha de cada servidor e começou a perseguir cada um de nós. Comigo e outro colega, ele armou uma situação, onde ele chegou pedindo para mim tirar o óculos, gritando comigo. Depois, nos remanejou de setor, nós passamos 30 dias trabalhando no escuro, não tinha ar-condicionado, não tinha água”, relatou.
Dani também afirmou que foi deslocada de função diversas vezes. Segundo ela, essas mudanças foram feitas de forma arbitrária. Além disso, ela contou que, em fevereiro deste ano, recebem um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) dez dias após a morte do pai.
“Ele não respeitou nem o luto do meu pai. Meu pai faleceu dia 10 de fevereiro. Ele me deu um PAD dia 20 de fevereiro, alegando que eu estaria saindo mais cedo. E não era o que acontecia. Eu não estava contratada para estar no setor administrativo. Eu sou agente de trânsito e transporte, eu não sou agente administrativo. Não fiz o concurso para isso. Eu fiz o concurso para ser agente, para estar na rua. E depois disso, vendo que estava errado, ele me remanejou para o trânsito. E chegando no trânsito, encontrei mais PADs e vi que meus colegas lá têm mais de 20 processos cada”, disse.
Conforme ela, as supostas perseguições atingiram tanto servidores efetivos como os comissionados e terceirizados, e que muitos, por medo de perderem seus empregos, se calam diante das suspeitas situações. Dani também acusa o superintendente de usar o horário de trabalho para vender perfumes e manipular os servidores para defendê-lo publicamente.
“Se o MP fosse fazer uma investigação com cada um anonimamente, chamasse cada um anônimo, não expor as pessoas, porque as pessoas não falam por medo de serem demitidas, veria que tudo que estamos falando é verdade. Ele expôs ontem que tinha família, e os agentes, e as pessoas, os comissionados, não tem família também, não? É só ele, será? Ele abre a boca para falar que é um pai de família, que é um homem de Deus, mas e a gente? A gente é o quê?”, questionou no vídeo.
Segundo ela, a situação já foi amplamente relatada em diferentes instâncias, mas até agora nenhuma medida efetiva foi tomada contra Vilas Boas. Ela afirma também que, apesar da recente repercussão, o clima de medo e intimidação permanece entre os agentes da RBTrans.
Ainda nesta quinta-feira, 14, o vereador Fábio Araújo (MDB) apresentou um requerimento, durante a sessão, pedindo o afastamento de Vilas Boas do cargo. Já o vereador Eber Machado (MDB) disse vai instaurar a CPI do Assédio para apurar os supostos assédios cometidos em toda a administradora da gestão pública de Rio Branco.
Veja o vídeo:
