
Moradores do Ramal Espinhara denunciaram ao Portal Acre, preocupação com a ausência de obras preventivas na região pela prefeitura de Bujari, o que pode comprometer a trafegabilidade de centenas de produtores e prejudicar o escoamento da produção. De junho a setembro, o período de seca mantém as vias terrestres trafegáveis, mas o cenário muda com a chegada do inverno amazônico por conta da intensidade das chuvas, o que impede o deslocamento e prejudica o escoamento da produção dos produtores rurais locais.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores Rurais Amigos do Campo – Ramal Espinhara (Apracre), Gustavo Viana, o prefeito de Bujari, Edvaldo Teles, conhecido como Padeiro, declarou que não investiria em ações específicas para o Espinhara ao ser cobrado por obras mais robustas, mantendo apenas o trabalho de manutenção.
“Nós não queremos prejudicar a imagem de ninguém, nem da prefeitura e nem do governo, muito pelo contrário, só queremos lutar pelos nossos direitos [..] O verão é o nosso maior aliado, porque mantém os pontos críticos secos, mas se não procurarmos melhorias agora, as máquinas não terão como trabalhar quando começarem as chuvas”, disse o presidente da Apracre.
Gustavo Viana pontuou que o inverno provoca diversos pontos de alagamento e destrói a estrutura das pontes. “Esses trabalhos feitos pela prefeitura só beneficiam a gente no verão, porque tem trafegabilidade, mas no inverno quem sofre é a população e de forma geral”, acrescentou.
Flávio Oliveira, conhecido por ser um dos moradores mais antigos do Espinhara, ressalta que os serviços de manutenção já não atendem as necessidades da comunidade, sendo necessário uma intervenção definitiva. “Só são feitos esses serviços para melhorar e não resolver. Quem não conhece o Espinhara e vai lá agora, pensa que é uma beleza, porque está tudo enxuto, mas ele precisa de muitas coisas, de bueiros e muito mais, que têm que ser feitas o quanto antes”, afirmou.

O morador reiterou que, recentemente, uma chuva leve já alterou o cenário do ramal e fez um apelo as autoridades para que as obras sejam iniciadas.
“Qualquer chuvinha fica numa situação muito triste, porque tem muitos pontos críticos, inclusive, na frente da minha propriedade. Quantas situações de ter que puxar carro atolado, e eles não mandam uma máquina, ninguém para resolver a situação, fazer um trabalho sério e eficaz. E fica a nossa reinvindicação, porque se não for solucionado, a gente vai ter que tomar outras medidas, nem que seja acampar na prefeitura ou fechar a BR”, concluiu.