
Entre junho e setembro, o Acre enfrenta um período de seca e estiagem, caracterizado pela ausência de chuvas significativas. Em razão da crise climática, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, assinou nesta quarta-feira, 6, um Decreto de Situação de Emergência, com o intuito de adquirir apoio do Governo Federal, tanto em recursos, como em ações, que auxiliem a comunidade afetada, principalmente as isoladas ou ribeirinhas.
O decreto deve facilitar a agilizar as ferramentas necessárias para minimizar os impactos da seca, tendo em vista que a escassez de chuva afeta, principalmente, o abastecimento de água potável e o transporte fluvial, o que causa prejuízos às produções agrícolas familiares.
Segundo Tião Bocalom, a decisão é uma forma de cuidado com a população e de intensificar as ações de proteção ao meio ambiente. “É algo que nos deixa triste [a crise], mas essa é a realidade do Acre, a Amazônia, e nós estamos com um problema sério de falta chuva, o rio está bem abaixo da história e isso cria um problema grave. Hoje estamos assinando o decreto como forma de se precaver, porque o problema da seca já começou e pode se prolongar e piorar”, disse Bocalom.
Além disso, o prefeito de Rio Branco comemorou os bons resultados da qualidade do ar nos últimos dias e pediu o apoio da população para que o dado se mantenha, fazendo um apelo pelo fim das queimadas. “Não coloquem fogo em lixo, no fundo do quintal. Guardem os resíduos em um canto que no momento certo, porque as ações são programadas, a prefeitura vai estar passando com os caminhões e coletando. Vamos cuidar do nosso ar e da nossa cidade”, reiterou.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, o tenente-coronel Cláudio Falcão, o decreto foi elaborado após o levantamento de dados em todas as áreas rurais do município, com o apoio do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (SAERB). “Foram 20 dias de levantamento, onde nós vimos que a situação tem se agravado a cada instante e que não era mais possível adiar a declaração de situação de emergência […] Ainda temos os meses de agosto, setembro e outubro, e somente em novembro inicia um período de chuvas regulares, por isso o decreto tem validade de 180 dias, para que as ações se estendam até o início do ano que vem”, explicou.

O secretário da Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Econômico (Seagro), Eracides Caetano, chamou atenção para o atendimento feito às comunidades rurais. “Nós começamos atendendo cerca de 26 comunidades e hoje estamos com 73, onde a Defesa Civil e a Seagro estão à frente. Na zona rural, quando os açudes secam, não tem água de jeito nenhum, tem que pegar água de longe. Então é muito complicado e buscamos atender com os pontos de água”’, comentou.
Para a secretária da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Flaviane Stedile, o trabalho de fiscalização das queimadas é necessário e fundamental para impedir o agravamento da crise. “O direcionamento das atividades das nossas equipes de fiscalização é justamente no combate às queimadas, que nós sabemos que ficam mais propensas a acontecer nesse período. Além disso, estamos verificando as denúncias, coibindo esse tipo de atitude, principalmente as que são intencionais”, concluiu.