Rio Branco, 10 de agosto de 2025.

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Seca no Acre expõe crise climática e ameaça comunidades indígenas 

Seca afeta navegação e o transporte de alimentos e medicamentos até as comunidades indígenas: Foto reprodução

No município de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, a estiagem prolongada tem alterado profundamente a vida de comunidades indígenas que dependem dos rios para sobreviver.

O Rio Bagé, afluente do Tejo e integrante da bacia do Rio Juruá, apresenta vazão crítica. Essa redução dificulta a navegação e impede o transporte regular de pessoas, alimentos, medicamentos e materiais escolares.

Cinco aldeias localizadas às margens do Bagé, onde vivem mais de 300 indígenas, enfrentam sérias dificuldades. O deslocamento até a sede municipal, antes feito em poucas horas, passou a exigir dias de viagem. “Uma viagem de barco até Marechal Thaumaturgo que durava até seis horas, agora fazemos em dois dias”, relata Zé Francisco Arara, cacique geral das aldeias do Alto Bagé.

As lideranças locais buscam soluções para reduzir os impactos. Francisco Piyãko, liderança do povo Ashaninka e coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), destaca iniciativas de adaptação.

“Estamos nos adaptando dentro dos territórios. Um dos caminhos tem sido a construção de tanques de piscicultura com apoio do Fundo Amazônia, garantindo segurança alimentar durante estiagens prolongadas”, explica.

O atendimento médico às aldeias, que já exige logística complexa, tornou-se ainda mais difícil. “Com as secas passadas adquirimos alguma experiência em lidar com eventos extremos, mas a dificuldade de levar atendimento médico aumenta muito nesses períodos”, afirma Isaac Piyãko, coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Juruá.

A seca dos rios, que antes ocorria de forma isolada, agora se repete com maior frequência na Amazônia Ocidental. Além de comprometer o modo de vida das comunidades, o fenômeno provoca morte de árvores, deslocamento de animais em busca de água e enfraquece atividades tradicionais de subsistência.

Indígenas e extrativistas, que historicamente protegem a floresta, estão entre os mais afetados por esse processo de desequilíbrio ambiental. 

Com informações do Voz da Terra.

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