
A poesia falada do Acre alcançou um feito inédito no cenário cultural brasileiro. A Central de Slam, coletivo acreano criado em 2018, conquistou o 2º lugar no Torneio Nacional de Slams, realizado nos dias 30 e 31 de agosto no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo.
O evento reuniu dez equipes de todas as regiões do Brasil, incluindo representantes da capital e do interior paulista. Representando a região Norte, a Central de Slam levou para o palco a força da poesia periférica e amazônica, consolidando-se como referência nacional.
O time acreano foi composto por três artistas de destaque: Natidepoesia, campeã nacional do Slam Singulares de Poesia; MB, tricampeão estadual; e Medusa K, campeã nacional do Slam das Minas BR. Juntos, eles deram voz às experiências amazônicas e periféricas, conquistando o vice-campeonato em uma disputa marcada pela diversidade cultural.
Vozes do Acre no circuito nacional
Os integrantes celebraram a conquista como um marco histórico para a cena acreana.
“Foi muito interessante participar desse slam, principalmente por levar a linguagem amazônica e a poesia acreana. Levamos uma mensagem de empoderamento para ocupar mais espaços. Esta vitória é mais uma página importante na nossa caminhada”, destacou Natidepoesia.
“Depois de tanto tempo longe dos palcos nacionais, participar de mais um nacional foi gratificante. Trazer o segundo lugar em um torneio tão grande como esse é histórico para nós e para o Acre”, afirmou MB.
“Foi incrível estar aqui e mostrar a força da poesia marginal do Acre. Queremos que o eixo entenda que as pessoas que vivem a realidade amazônica merecem e devem ter espaço — somos tão potentes quanto qualquer outra voz do Brasil”, completou Medusa K.
Formação e impacto social
Mais do que competições, a Central de Slam se consolidou como um espaço formativo. Com a metodologia “Poesia que Escurece”, o coletivo já impactou mais de mil jovens desde 2018 por meio de oficinas de poesia falada, produção de zines e escrita criativa. O trabalho fortalece autoestima, protagonismo e repertórios culturais nas periferias e territórios amazônicos.
Reconhecimento nacional
O vice-campeonato em São Paulo amplia a visibilidade da produção afro-amazônica e abre caminhos para que novos talentos do Acre circulem pelo país. A equipe campeã desta edição foi o Slam da Cana, de Ribeirão Preto (SP).