A Tribuna Popular desta quarta-feira, 3, na Câmara de Vereadores teve como debate a conscientização sobre a prevenções ao suicídio entre policiais penais no estado do Acre.
A proposta da discussão feita pelo presidente da casa legislativa, o vereador Joabe Lira (União), teve como objetivo ampliar a discussão sobre as políticas públicas para minimizar os problemas que afetam a saúde mental e qualidade de vida desses agentes. Um dos participantes da tribuna foi o deputado estadual, e também policial penal, Arlenilson Cunha (PL). O parlamentar relembrou duas perdas que ocorreram em menos de 90 dias.
“A Câmara Municipal hoje tem esse contato direto com a população. Portanto, chama a atenção do problema. Nós estamos, hoje, no Setembro Amarelo, que é o meio de conscientização sobre o suicídio e recentemente nós tivemos, em menos de 90 dias, dois suicídios de policiais penais. Então, é um tema extremamente relevante”, destacou.
O parlamentar complementou dizendo que o assunto precisa ser extensivamente discutido pela sociedade. “Essas duas mortes são um grito de socorro. Um alerta para a sociedade, para os poderes e as instituições. É um tema que precisa ser amplamente discutido e buscar políticas públicas efetivas que tratam a prevenção, a conscientização e que possamos minimizar esses problemas que vêm ocorrendo”, defendeu.
O deputado enfatizou ainda que não é algo simples. “Muitos policiais hoje sofrem de ansiedade e depressão, devido a sobrecarga de trabalho, baixo efetivo dos policiais, defasagem salarial e dentre todos os fatores. Tem que ter uma abordagem muito ampla e isso requer envolvimento de todos”, enfatizou o parlamentar.
Outro participante da tribuna foi o presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sindpol), Leandro Rocha, que também salientou a importância da discussão.
“Aproveitando esse mês de setembro, de alusão à prevenção ao suicídio, nós estamos com o estado arlamante dos nossos policiais penais acometidos com doenças psicológicas. Nós estamos extremamente preocupados em busca de melhores condições e também de políticas públicas voltadas à saúde mental dos nossos servidores. O sistema penal, hoje, enfrenta um caos e isso reflete diretamente no estado físico e emocional dos nossos colegas policiais”, pontuou.
De acordo com Leandro, além da desvalorização do salário, falta um melhor acompanhamento, por parte da gestão, aos policiais penais. “É preciso que haja uma política pública melhor. Institucionalmente falando também, para que tenha um acompanhamento mais eficaz dos nossos colegas policiais penais, porque é alarmante a quantidade de agentes que estão com problemas psicológicos, enfrentando a extrema sobrecarga de trabalho, trabalhando de forma exaustiva e complementando o salário em hora extra. Isso está prejudicando extremamente nossos colegas, fora o amparo do governo para com nossos policiais penais”, disse.
Segundo Rocha, a discussão é um forma de auxiliar essa pauta. “E é extremamente importante trazer para o Parlamento Municipal esse debate para que a sociedade tenha o conhecimento e o parlamento, os nossos vereadores, nos ajude nessa demanda, nesse pleito, nesse pedido de socorro dos nossos policiais penais. É extremamente importante esse feito”, finalizou.
