Rio Branco, 27 de setembro de 2025.

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Em alusão ao Setembro Amarelo, Ampac realiza momento de conscientização e promoção à saúde mental para mães e pais de crianças com TEA

Em alusão ao Setembro Amarelo, mês dedicado a prevenção do suicídio e promoção da saúde mental, a Associação de Amigos e Pais Autistas (Ampac), promoveu neste sábado, 20, um momento voltado aos responsáveis de crianças diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que são atendidas pela instituição.

A iniciativa buscou reunir as famílias em um espaço de conscientização, acolhimento e troca de informações sobre a importância do cuidado com as emoções de forma leve e descontraída. A programação contou com atividades educativas e orientações sobre sinais de alerta e como procurar ajuda em casos de esgotamento mental.

Encontro reuniu mães e pais de crianças atendidas pela Ampac. Foto: Daigleíne Cavalcante/Portal Acre

O evento contou com o apoio da equipe multidisciplinar da Ampac, que integra psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outras especialidades. O atendimento especializado é fruto do investimento da vereadora Elzinha Mendonça (Progressistas), que por meio do projeto “Mãos que Acolhem”, destinou uma emenda parlamentar no valor de R$500 mil à causa.

Elzinha Mendonça esteve presente no encontro e celebrou a atuação da Ampac em prol das famílias. “Hoje é um momento muito importante, um momento histórico, porque eu destinei a emenda de R$500 mil justamente para que fosse possível atender uma parte das famílias atípicas do nosso município. O “Mãos que Acolhem” não é só para a criança, é também das mães e dos pais, porque há o relato de que eles não conseguem se cuidar, então a gente precisa compreender e cuidar de quem cuida”, disse a parlamentar.

Projeto “Mãos que Acolhem” é fruto de emenda parlamentar da vereadora Elzinha Mendonça. Foto: Dell Pinheiro

Além disso, Mendonça reforçou que a prevenção do suicídio é uma questão urgente. “Infelizmente, nós temos um alto índice de suicídios e aqui na nossa cidade, só neste início de mês, nós já tivemos três casos, então nós estamos aqui buscando promover um espaço de atenção às mães, para que elas possam cuidar da sua saúde, possam enxergar suas emoções, e tem sido maravilhoso. A gente fica muito feliz de contribuir e de fazer a diferença”, acrescentou.

De acordo com a supervisora clínica da Ampac, Maria Freitas, o encontro reflete os ideais da instituição e se destaca como uma forma de amparar homens e mulheres sobrecarregados pela rotina de trabalho, tanto fora de casa, como dentro do lar. “Esse momento é especial porque muitas vezes você só precisa ser amparado, porque você está sobrecarregado com as dificuldades da vida, da rotina, e uma pessoa doente não consegue cuidar da outra. É por isso que fazemos ações como essa, orientando, para que eles consigam seguir as estratégias que utilizamos com as crianças, dentro de casa, porque aí todos ficam bem”.

“É o momento de fazer por mim”

Maclícia Costa de Santos, mãe do pequeno Murilo, compartilha que percebeu os primeiros sinais de autismo no filho quando o bebê tinha apenas um ano de idade, e que procurou apoio especializado desde o início.

Emocionada, Maclícia Costa compartilhou sua vivência enquanto mãe atípica. Foto: Daigleíne Cavalcante/Portal Acre

“Muitas vezes, os próprios pais não aceitam, e isso é muito negativo para criança. Logo que eu percebi as primeiras características, passei a levar meu filho para o médico e por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em uma consulta com o clínico geral, consegui um encaminhamento para a Fundação e esperei por cerca de um ano, até que fui chamada e consegui o laudo. A partir daí, eu inscrevi o Murilo em todos os projetos que iam aparecendo e que eu tinha conhecimento, mas nada estava dando certo e eu já estava começando a ficar desanimada. Eu tinha levado meu filho em novembro, onde foi marcado um retorno para março deste ano, já estamos quase em novembro de novo e nada”, pontuou.

Maclícia Costa ainda cita que, pela falta de atendimento, o comportamento agressivo do filho foi ficando cada vez mais intenso, o que deixou o ambiente familiar extremamente abalado. “Toda essa demora e eu estava vendo o meu filho crescer, ficando cada vez mais agressivo, e eu já estava chegando no meu limite, sem saber o que fazer com as minhas emoções, tentando fazer de tudo pelo meu filho e chegando até a pensar que eu não conseguiria cuidar dele, e aí uma amiga viu o trabalho da vereadora Elzinha, passou o meu contato, pediu para que eu entrasse em contato também e 15 dias depois, nós fomos chamados”, salientou.

A mãe relembra o choro de alívio ao receber a notícia de que poderia iniciar o acompanhamento do filho. “Eles me falaram que iam começar aos poucos, porque o quadro de profissionais ainda não estava completo, porque o projeto ainda estava engatinhando, mas de cara ele já começou com duas profissionais. Naquele momento, para mim, foi como tirar uma nuvem escura do meu coração e eu pude ver o céu se abrindo na minha vida novamente”.

Maclícia parabenizou a equipe da Ampac e o trabalho de Elzinha Mendonça. “Eu agradeço demais a toda equipe, que cuida do meu filho, que cuida de mim, sempre que estamos aqui somos muito bem tratadas, ouvidas. E quando a gente vê projetos assim, de pessoas que batem o pé e fazem acontecer, isso é muito gratificante, perceber que mesmo em meio a tantas irregularidades no meio da política, há quem se doe a essa causa e cuide da população. Eles foram anjos na minha vida e na do meu filho”, felicitou.

A jovem mãe participou das atividades interativas que ‘destravam’ inseguranças. Foto: Daigleíne Cavalcante/Portal Acre

Uma das dificuldades da mãe de Murilo é de se permitir viver além da maternidade. “As pessoas me convidam para sair e eu sempre recuso, deixo de lavar meu cabelo, fazer uma manicure, porque eu tenho muito medo de deixar a desejar em algo que venha prejudicar o meu filho futuramente. Mas eu acredito que conforme a gente vai recebendo esse apoio, nós vamos conciliando e aprendendo a se olhar. Eu considero estar aqui um avanço, porque eu fui ao RH do meu trabalho pedir para estar aqui, mesmo pensando que não deveria porque ia deixar a equipe desfalcada, mas eu vim e estou muito feliz, porque sei que estou com pessoas que se importam comigo”, finalizou.

Veja o vídeo:

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