Rio Branco, 27 de setembro de 2025.

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Em visita ao Acre, Zico fala sobre carreira, vitórias e dificuldades ao enfrentar lesão no joelho

Ginásio do Sesc ficou lotado para assistir a palestra do ex-jogador Zico: Foto Emely Azevedo

O ícone do futebol brasileiro, e um dos principais nomes da história do Flamengo, Arthur Antunes Coimbra, conhecido mundialmente como Zico, veio ao Acre ministrar a palestra “O papel do líder: desafios e oportunidades com quem entende de vitória”. Antes do evento, o ex-jogador conversou com a imprensa sobre a carreira, a primeira visita ao Acre e as dificuldades que fortaleceram sua vida.

Um dos primeiros pontos abordados durante a coletiva de imprensa, Zico falou sobre a grave lesão que sofreu no joelho em 1985.

“Eu até hoje não tenho o ligamento cruzado, como dizem hoje no futebol, o famoso LCA. Eu não tenho. E na época se fazia uma cirurgia diferente. Eu fui aos Estados Unidos e levei nove meses para voltar a jogar”, disse.

O retorno de Zico aconteceu em 1987, em uma disputa do Campeonato Brasileiro e liderando o Flamengo, time que marcou sua trajetória.

“Voltei a jogar justamente naquele dia. Ali não importava o campo, importava era estar dentro do campo vestindo mais uma vez a camisa do Flamengo e jogando futebol que era o que queria. Porque quando eu fui operar, a lesão grave, o médico disse que era o primeiro jogador de futebol que ele estava fazendo uma cirurgia daquela e eu falei para ele que ele podia fazer o que fosse se me desse 5% de chance de eu voltar a jogar, que eu ia voltar a jogar. E foi o que aconteceu”, declarou.

Zico destacou que foram seis meses de luta para voltar a caminhar e correr. “Depois foi só equilibrar a musculatura e fortalecer para poder voltar a jogar. E joguei por mais 3 anos no Flamengo e mais três no Japão. Então, joguei bola até praticamente o ano passado. Esse ano é que já foi mais complicado. Faz três semanas que fiz a sétima cirurgia do joelho, uma artroscopia e vamos ver se eu retardo um pouco a prótese que, no futuro, eu vou colocar”.

Zico foi recepcionado no palco pelo governador Gladson, a vice Mailza e secretários de Estado: Foto Emely Azevedo

Importância da família

Outro ponto abordado na entrevista foi em relação à trajetória sem polêmicas que Zico teve.

“Eu acho que polêmicas não levam a nada e que as pessoas precisam ter sempre liberdade de expressão, uma coisa que está faltando no país hoje. Não é só no futebol não. Então, eu acho que isso é o mais significativo, você poder falar aquilo que você pensa, o que acha certo ou errado, mas é é uma liberdade de você poder falar. Nunca procurei entrar em polêmica e questões de jornalistas, eu, quando tive problemas, foram pouquíssimos. Eu falava direto com a pessoa, nunca generalizei. E lógico, que sabemos que quando você começa a aparecer na mídia, as pessoas querem saber de tudo, do dia-a-dia. E ainda bem que na minha carreira sempre foi tudo mais para o lado positivo do que negativo”, afirmou.

O ex-jogador também falou sobre a importância dos ensinamentos que teve por parte de sua família, principalmente com seu pai, e que refletiram de forma positiva na sua carreira.

“Eu acho que toda essa conduta é fruto da educação dos meus pais, meus professores de escola, que me ensinaram o que é ética, o que é moral, o que é respeito. E o estudo também me deu toda essa condição de hoje poder estar palestrando, estar podendo exercer ações de funções importantes como apresentação de programas de TV e isso foi graças a minha dedicação fora do futebol: ao estudo, coisa que meu pai sempre exigiu, de todos nós, nossos irmãos de, antes de ir fazer qualquer atividade, você tem que estudar e todos todos os seis cumpriram a promessa e são formados. Então, quando Deus levou meu pai, ele viu os seis formados e isso é gratificante que nós cumprimos o nosso acordo para poder jogar futebol. Enfim, foi a grande referência para nós e eu cito isso na palestra”, detalhou.

Primeira visita ao Acre

Questionado sobre a nova visita ao estado, Zico foi sincero ao declarar que não se lembra, pois veio na década de 1990, quando era secretário de esporte, mas admitiu estar conhecendo o Brasil de forma melhor atualmente.

“Agora, nós temos a possibilidade, muitas vezes, de conhecer e admirar as cidades. Eu vim aqui quando estava na secretaria de Esporte. Então, é muito tempo para você lembrar das coisas. Mas uma coisa foi significativa aqui, que eu como secretário, vendo as dificuldades que existiam na parte esportiva, vim pedir ao presidente para tentar ajudar a criação de quadras esportivas. Infelizmente, não tive apoio na época do ministro da Educação, que preferiu destinar a voz dele para a cidade dele, tinha um grupo político. Eu procurei ajudar o fomento do esporte em si. E não somente o futebol”, relembra.

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