O diagnóstico de transtornos mentais, assim como problemas sociais e econômicos, podem ocasionar episódios de autoagressão letais. Ao longo de todo o mês de setembro, comunidades e órgãos intensificam as campanhas de prevenção e combate ao suicídio com o intuito de conscientizar a população sobre a importância de buscar tratamento médico especializado e de acolher conhecidos que estejam adoecidos.
Em entrevista ao Portal Acre neste domingo, 7, durante a transmissão ao vivo do último dia de Expo Xapuri 2025, a criadora de conteúdo Jéssica Ingrede abriu o coração sobre a luta pessoal que tem travado contra a depressão e destacou a importância de abordar o assunto com humanidade e responsabilidade.

“Quando eu comecei a compartilhar sobre a minha dor, foi com o intuito de transformar aquilo em algo bom para os outros, de levar informação. Eu comecei a compartilhar o meu tratamento contra a depressão com a minha comunidade”, explicou a influenciadora.
Logo após o desabafo, Jéssica Ingrede relatou que alguns jornais noticiaram seu relato, e que recebeu inúmeros comentários negativos, o que foi devastador. “Quando saiu essas matérias, muitas pessoas comentavam e me atacavam, falavam que aquilo era frescura, falta de um emprego, falavam que se eu trabalhasse em caixa de supermercado oito horas por dia, eu não ia ter isso, e isso me deixava muito nervosa. Eu só conseguia chorar”, relatou.
Aos jornalistas Daigleíne Cavalcante e Leônidas Badaró, a influenciadora anunciou que decidiu parar com as publicações. “Eu decidi que vou parar de falar desse assunto no meu Instagram, poque meu intuito sempre foi informar, porque quero que as pessoas busquem ajuda, mas isso é muito difícil. Essa doença se manifesta de tantas formas, e você pensa que está triste, que está com sono, preguiçosa, estressada, mas não é isso”, compartilhou.

Jéssica Ingrede acrescentou que é essencial que as pessoas exercitem um olhar de cuidado com o próximo e reforçou que existem tratamentos eficazes e um recomeço.
“Nós precisamos ter cuidado e não falar disso apenas em setembro. A gente precisa tirar um tempo para cuidar do outro, de nós mesmos, então é isso que eu sempre quis que as pessoas percebessem, que existe tratamento, que existe felicidade, que a gente consegue sim sorrir de novo. Essa dor pode ser silenciosa e é importante que a gente converse, que a gente procure ajuda especializada de psicólogos e psiquiatras. Eu me sinto muito realizada e feliz de não ter desistido, de estar aqui, porque a vida é bonita e incrível, e a gente não consegue perceber isso quando está no fundo do poço”, finalizou.
Saiba como pedir apoio emocional
Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188
O Centro de Valorização da Vida é uma Organização Não Governamental (ONG) em atuação desde 1962 e que busca dar suporte emocional e combater o suicídio. O atendimento é feito por telefone, pelo 188, ou por chat e e-mail.