Rio Branco, 11 de setembro de 2025.

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“Nós temos extremistas na bancada federal e no Senado”, afirma Jorge Viana sobre atual cenário político do Acre

Jorge Viana durante participação no podcast do Portal Acre: Foto reprodução

O novo episódio do podcast Um “Dedin” de Prosa do Portal Acre desta quarta-feira, 10, recebeu o ex-governador, ex-Senador e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, para falar sobre as ações que a instituição tem feito, além, obviamente, do atual cenário político do Acre e do Brasil.

Os apresentadores Leônidas Badaró e Fredson Camargo questionaram Viana sobre a candidatura para a vaga no Senado Federal nas eleições de 2026. Com uma extensa carreira política no estado, Jorge Viana já ocupou o cargo de prefeito, governador e senador, antes de assumir a cadeira da presidência da ApexBrasil.

Um dos pontos abordados durante a entrevista se refere a possibilidade do cenário cenário da disputa de 2026 sem a presença do atual governador do Acre, Gladson Camelí, que é o principal favorito à vaga no senado. O entrevistador questionou se Viana acredita que Camelí será um dos seus adversários ou se terá seus direitos políticos retirados, já que é alvo da Ptolomeu, onde vai ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela acusação de corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre.

“O Brasil vive o julgamento do ex-presidente Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Ele é réu, é acusado de tentar dar um golpe no país, um golpe na democracia, e vai ter que acertar as contas dele com a história. Eu não faço juízo de nada. Está na mão da Suprema Corte Brasileira. O Gladson é réu do STJ, que é a maior corte de justiça para os governadores. Onze ministros colocaram por conta da Ptolomeu. Também não vou fazer nenhum juízo sobre a Ptolomeu, mas acho gravíssimo isso”, destacou Viana.

O presidente da Apex acrescentou ainda: “Agora, mais do que o que a gente está pensando se o Gladson vai ser candidato ao Senado ou não, se ele for condenado, mesmo que seja uma preliminar ainda com direito à defesa, já fica inelegível. Aí muda a política de todos os lados. Tenho certeza que, provavelmente, ele pode seguir no governo até o final, pode ser candidato. E aí muda tudo. A Mailza é candidata, o Bocalom é candidato, quem que ele vai botar no lugar, quem que vai para o Senado. Muda tudo”.

Outro ponto colocado por Viana durante a entrevista se refere também a sua vivência política. De acordo com ele, não é possível ficar olhando somente para os possíveis adversários, sendo necessário construir um caminho de diálogo com a população. “Eu vou andar esse estado inteiro, vou conversar com as pessoas, eu já estou fazendo já muito isso”, disse.

Contra o extremismo político

O presidente da Apex Brasil detalhou também que os outros nomes que já se apresentam como candidatos são importantes para a pluralidade política. Segundo Viana, a candidatura de Mara Rocha e Jéssica Sales tem significativo peso para o cenário de 2026.

“O senador Petecão também é um nome que está aí e que vota com a gente. E o Márcio Bittar, eu acho que ele vai passar por um julgamento. Ele não pode reclamar porque elegeu o prefeito de Rio Branco, elegeu prefeitos no interior, foi relator do orçamento secreto, deve ter aí bala na agulha, deve vir com uma campanha muito poderosa, milionária”, enfatizou.

Conforme Viana, a população acreana é quem vai fazer o julgamento certo. “Ver quem é que trabalhou pelo Acre, quem fez algo quando estava no poder pelo Acre. E o Senado é outra coisa. É o lugar onde o Acre pode ser do tamanho de São Paulo”, disse.

O entrevistado complementou também: “Tem alguns políticos do Acre que viraram subservientes. Tem que ter personalidade, eu sou aliado, devo muito ao presidente Lula, mas minha opinião é minha opinião, as pessoas sabem que tenho opinião sobre as coisas, que tenho projeto, proposta. Mas, assim, acho que o Brasil vai ter uma disputa grande, que é no Senado”, pontuou.

Jorge Viana também falou sobre a atual politização política no país e criticou qualquer forma de extremismo.

“Meu problema é o extremismo. Eu não tenho nenhum problema se a pessoa é de direita. Rapaz, essa é a parte do jogo. Se a pessoa é conservador, meu pai também é conservador, eu não tenho nenhum problema se a pessoa é de esquerda. Agora, extremista, pessoas míopes, cegas, hipócritas. De qualquer lado, isso é um desastre. Então, isso é que está prejudicando o Acre. Nós temos extremistas na bancada federal e no Senado e isso não ajuda em nada o Acre, temos que colocar pessoas de bom senso que pensam diferente, mas que conversam, dialogam, que não mentem e que trabalham. Acredito que o extremismo deve ser derrotado no ano que vem”, finalizou.

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