
O oficial do Estado de Sergipe, Adalberto Carneiro de Lima Júnior, e o técnico de Taekwondo de Sergipe, Lucas Henrique Ferreira Bispo, foram denunciados pela prática do crime de xenofobia e atitudes contrárias ao espírito desportivo contra a equipe do Acre durante uma partida de voleibol masculina. De acordo com o relatório da arbitragem, os denunciados fizeram gestos e emitiram sons para “imitar indígenas”. O episódio ocorreu durante uma partida entre a equipe do Acre e do estado nordestino, realizada no último domingo, dia 21 de setembro, durante os Jogos da Juventude Caixa 2025, em Brasilia
A denúncia relata que a atitude foi interpretada como um ato de xenofobia tanto pela delegação acreana, como pelos demais que presenciaram o fato, assim como um desrespeito a identidade cultural dos atletas acreanos.
“O episódio discriminatório gerou constrangimento na equipe do Acre e impactou negativamente no resultado da partida que, no momento do início da prática, estava empatada”, diz trecho da denúncia.
Segundo trecho, o chefe da delegação, Wendel Ribeiro, se dirigiu até a arbitragem e tentou se justificar ao se referir ao ato como uma “brincadeira comum” em seu estado e reforçou que não compreendia o porquê de as vítimas terem se sentido ofendidas.
O presidente da Comissão Disciplinar Especial da Secretaria Geral do Jogos da Juventude, Caio Medauar, assinou a decisão que aplica uma pena de 16 meses de suspensão para Adalberto Carneiro e 12 para o técnico Lucas Bispo, por descumprimento dos artigos 105 e 108 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva Escolar (CBJDE).
• Art. 105 – Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Pena: Suspensão pelo prazo de 3 (três) a 18 (dezoito) meses.
• Art. 108 – Assumir atitude contrária à disciplina ou à moral desportiva, em relação a qualquer pessoa vinculada direta ou indiretamente à competição.
Pena: Advertência ou Suspensão pelo prazo de 1(um) a 364 (trezentos e sessenta e quatro) dias.
A Secretaria Estadual de Educação do Acre (SEE) sobre o assunto, onde reafirma o enfrentamento à discriminação em qualquer instância da vida escola.
Nota pública sobre ataque xenofóbico sofrido pela delegação acreana durante os Jogos da Juventude Caixa 2025
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), informa que a equipe acreana de vôlei foi vítima de atos de xenofobia durante os Jogos da Juventude Caixa 2025. A denúncia apresentada pela delegação acreana foi analisada pela Justiça Desportiva Escolar, que reconheceu a gravidade da situação e aplicou punições aos profissionais da delegação de outro estado envolvidos no episódio.
O caso reforça a importância de atitudes firmes no enfrentamento à discriminação em qualquer instância da vida escolar. Em situações anteriores, a SEE já adotou medidas exemplares em defesa do respeito e da diversidade. Em 2023, após registro de injúrias raciais durante os Jogos Estudantis do Acre, a SEE determinou a suspensão de uma escola da competição, em decisão pedagógica, pautada na responsabilidade enquanto instituição em um ambiente esportivo, mas além de tudo, educacional.
A SEE acompanha de perto os desdobramentos e discute as providências a serem tomadas para garantir a segurança, integridade e respeito à diversidade de nossos alunos. O governo do Acre reafirma que o ambiente esporte deve ser espaço de formação e respeito, e que qualquer conduta fora desses valores será tratada com a devida seriedade.
Aberson Carvalho de Sousa
Secretário de Educação e Cultura do Acre
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