Rio Branco, 4 de novembro de 2025.

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Primas do goleiro Weverton são absolvidas de acusações de desacato; Família acusa PM pela morte da tia do jogador

Invasão teria provocado a morte da tia do jogador segundo a família: Foto reprodução

As primas do goleiro Weverton, Marcia Cristina e Antônia Magna Pereira Muniz, foram absolvidas das acusações de desacato à autoridade. O caso aconteceu em 2024, quando policiais militares invadiram a casa da tia do goleiro, Maria José Pereira, localizada no bairro Pista, região da Baixada da Sobral.

A casa da tia de Weverton foi invadida por agentes que buscavam por Márcio Pereira, parente do goleiro. Vídeos divulgados na época mostram o momento da chegada dos policiais à casa da família do futebolista, onde usam spray de pimenta nos familiares que disseram que o suspeito já estava preso há cerca de dois anos. Maria José foi atingida com o spray de pimenta e morreu após passar mal em decorrência da invasão.

Na sentença, além dos depoimentos de Marcia e Magna, também foram colocados os dos policiais Emanuel de Andrade Bezerra, Manoel Ribeiro do Nascimento Neto e Francisco das Chagas de Oliveira Júnior. Conforme o texto da decisão, o juiz entendeu que não ficou demonstrado o desacato por parte das primas do goleiro acreano.

“Ficou claro que os policiais queriam saber o nome completo de Márcio, que foi repassado pela mãe das rés, tendo aqueles confirmado a veracidade da informação que já havia sido repassada pela família de Márcio, de que este estava preso, de modo que não se sustentava mais nenhuma suspeita sobre ele em relação ao suposto furto, logo não havia necessidade da polícia continuar no local discutindo com os populares, rebatendo os questionamentos deles e de certa forma instigando o tumulto”, diz parte da sentença.

Ainda de acordo com o texto, os policiais informaram que as duas mulheres, quando estavam indo embora, desacataram os agentes com xingamentos. Contudo, segundo a decisão, as imagens anexadas ao processo demonstram que quem os ofendeu foi Magna Pereira, que confirmou em juízo os xingamentos por estar nervosa com toda a situação.

“Quanto à ré Marcia, esta negou a prática delituosa, negativa essa que apresenta maior verossimilhança com as provas documentais apresentadas, que não demonstram ela xingando, mas apenas fazendo questionamentos sobre as condutas abusivas dos policiais”, destaca o documento.

A sentença do caso detalha ainda “As mídias juntadas à fl. 91 demonstram cenas que são mais alinhadas às versões das rés, no sentido de que houve uma abordagem policial inadequada e arbitrária, que gerou um tumulto desnecessário e contribuiu diretamente para o estado emocional alterado delas, o que afasta a proteção penal conferida ao exercício da função pública, como já bem ponderado pelo Ministério Público”, descreve a decisão.

Com base nisso, o juiz entendeu que a denúncia foi improcedente e não houve desacato, assim a decisão foi pela absolvição das duas mulheres, por atipicidade de suas condutas. Porém, em relação às condutas dos policiais, o juiz determinou o encaminhamento das cópias dos autos, incluindo as mídias, à Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial, para que sejam tomadas as providências necessárias.

A tia do jogador, mãe de Márcia e Antônia, Maria José Pereira, morreu cinco dias depois da confusão no Pronto-Socorro de Rio Branco. Familiares afirmam que ação foi truculenta e que guarnição foi avisada que a mulher de 67 anos, tinha problemas cardíacos.

Relembre a confusão.

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