Mileny Andrade (estagiária) sob supervisão de Leônidas Badaró
O Acre é um estado que guarda histórias em cada detalhe. Na música, na cultura popular e, claro, na gastronomia. Foi essa riqueza que chamou a atenção do chef e criador de conteúdo Otto Vitelleschi, que percorre o Brasil em busca de descobrir qual é a melhor comida do país.
Na sua passagem pelo estado, chef Otto mergulhou de vez na culinária acreana. Em vídeo, o cozinheiro prepara e prova o quibe de arroz, um prato que nasceu da adaptação local do quibe árabe, mas que no Acre ganhou ingredientes próprios e virou tradição das famílias. Mais do que uma receita, o salgado é parte da identidade cultural do povo acreano.

O quibe de arroz e as dicas do Acre
Ao compartilhar o preparo, Otto Vitelleschi recebeu centenas de comentários dos acreanos, que aproveitaram o espaço para compartilhar dicas e segredos, uma verdadeira aula de culinária. Entre as principais sugestões, está:
- O uso do colorau é fundamental para dar cor e sabor.
- O arroz deve ser cozido até ficar bem molinho, quase papado.
- O arroz quebrado, mais simples, é considerado o ideal para dar liga.
- A carne precisa ser bem temperada, com cheiro-verde e pimenta de cheiro.
- Antes de fritar, o quibe pode ser passado no trigo para ficar crocante.
Essas contribuições mostram como a receita é mais do que um prato: é herança cultural, transmitida de geração em geração.
Receita de Quibe de Arroz Acreano
Ingredientes
- 1 xícara de arroz
- 3 xícaras de água
- 1 colher de sopa de colorau
- 1/4 de cebola para refogar o arroz
- 500 g de carne moída
- Cheiro-verde a gosto
- Pimenta de cheiro e pimenta-do-reino a gosto
- Sal a gosto
- Farinha de trigo para empanar
- Óleo para fritar
Modo de Preparo
- Cozinhe o arroz com cebola e colorau até ficar bem molinho.
- Refogue a carne moída com sal, cheiro-verde e pimentas.
- Espere o arroz esfriar. Modele pequenas porções, recheie com a carne e feche em formato de quibe.
- Passe no trigo e frite até dourar.
A baixaria e outros sabores acreanos
Mas o quibe não foi a única descoberta. No YouTube, Otto também experimenta a baixaria, prato típico do Acre feito com cuscuz de milho, carne moída refogada, tomate, cebola, cheiro verde e ovo. Uma receita simples, mas que, segundo o chefe, é “sensacional”.
Já no Instagram, o criador de conteúdo provou outros símbolos da mesa acreana, como o refrigerante regional Quinari, a bolacha Miragina, o Café Rio Acre, o caldo de cana comprado em mercado local e até o doce conhecido como “pintinho pula-pula”. Cada produto, com seus sabores peculiares, foi mais uma porta de entrada para entender a cultura alimentar do estado.
Muito além do prato
A experiência de Otto no Acre revelou que a comida é mais do que sabor, é também cultura, identidade e memória coletiva. O quibe de arroz, a baixaria e os produtos regionais são expressões de um modo de viver e de se relacionar com os ingredientes locais.
Se o chef Otto vai escolher um desses pratos como “a melhor comida do Brasil”, ainda não temos resposta. Mas para os acreanos, não resta dúvida, a culinária local já é, por si só, a melhor do mundo.
Veja o vídeo: