Rio Branco, 20 de outubro de 2025.

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Acre amplia exportações para mais de US$ 57 milhões e tem crescimento expressivo do agronegócio sustentável

Soja é o principal produto de exportação do Acre: Foto cedida

O Acre vive um dos momentos mais promissores de sua história econômica. Desde 2019, o estado tem registrado um crescimento expressivo nas exportações, impulsionado pelo fortalecimento do agronegócio e pela abertura de novos mercados internacionais.

Nos últimos seis anos (2019–2024), o Acre movimentou mais de R$ 1,8 bilhão em exportações, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apenas em 2024, foram R$ 527,4 milhões, um crescimento de 90,6% em relação ao ano anterior.

O ritmo positivo continuou em 2025. Segundo dados oficiais do MDIC e sistema oficial para consulta e extração de dados do comércio exterior brasileiro (ComexStat), no primeiro semestre, as exportações somaram US$ 57,9 milhões, aumento de 19,1% em comparação ao mesmo período de 2024. Esses resultados refletem o fortalecimento de setores estratégicos, como soja, carne bovina, proteína suína, madeira e castanha-da-Amazônia.

“O Acre vive um novo momento. Estamos rompendo fronteiras e mostrando que é possível crescer com sustentabilidade e geração de empregos”, afirmou o governador Gladson Camelí, sobre os dados da exportação.

De acordo com o secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, o avanço é resultado direto das políticas implementadas pelo governo, que promoveu uma reestruturação no modelo produtivo acreano e estimulou a diversificação da economia.

“Até 2018 não se falava em agronegócio no Acre. Havia uma política muito restritiva. A partir de 2019, com o governo Gladson Camelí, houve um processo de flexibilização e criação de condições para que o estado pudesse discutir e implantar um agronegócio sustentável”, destacou o secretário.

O secretário ressaltou, ainda, que o governo vem estimulando o comércio bilateral com o Peru e a expansão de novos mercados no exterior, o que vem fortalecendo o posicionamento do Acre como polo emergente da Região Norte.

“Os empresários acreditaram na proposta e se uniram ao governo nesse projeto. Hoje, o Acre já é reconhecido como exportador de grãos e proteína animal, sem deixar de lado seus produtos florestais tradicionais. E, em breve, deveremos iniciar exportações de café e cacau, novas cadeias produtivas que estão sendo incentivadas”, concluiu.

Com esse avanço, o estado não apenas diversifica sua economia, mas consolida um modelo de crescimento sustentável e integrado à bioeconomia amazônica, combinando desenvolvimento econômico com conservação ambiental, já que 84% de suas florestas são preservadas.

Comparativo com outros estados da Região Norte

O desempenho em crescimento exportador do Acre supera o de estados maiores como Amazonas e Pará. Os gráficos abaixo mostram o panorama de exportações no 1º semestre de 2025.

Pontos que garantiram o avanço

Zona livre de aftosa: o divisor de águas

Um dos principais marcos desse avanço foi o reconhecimento internacional do Acre como zona livre de febre aftosa sem vacinação, obtido em 2021. A certificação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), ampliou o acesso da carne bovina acreana aos mercados internacionais e impulsionou a cadeia da proteína animal.

Com isso, os frigoríficos passaram a investir em modernização e ampliação de capacidade, atraindo mais de R$ 200 milhões em aportes privados e públicos para a melhoria das estruturas produtivas. O resultado é visível: as carnes bovina e suína representam hoje quase 40% da pauta exportadora.

Soja, castanha e proteína animal: a nova força da balança comercial

A soja se tornou o carro-chefe das exportações acreanas, seguida pela carne bovina, suína e castanha-do-brasil. Juntos, esses produtos representam cerca de 90% do total exportado.

A inauguração da Ponte do Abunã, ligando o Acre à Rondônia e ao restante do país, foi outro passo decisivo. A estrutura facilitou o escoamento da produção de soja e milho pelo porto de Porto Velho, fortalecendo a ligação logística com os mercados internacionais.

Novos mercados e promoção internacional

O governo estadual tem apostado em diplomacia comercial e promoção internacional para ampliar os destinos das exportações. A carne acreana já tem autorização para ser vendida ao Peru e à República Dominicana, e produtores locais participaram de feiras como a Expoalimentaria 2025 (Peru) e a Expocruz 2025 (Bolívia), onde mais de 30 empresas acreanas apresentaram seus produtos a compradores estrangeiros.

Essas iniciativas vêm sendo acompanhadas de parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), oferecendo capacitação e apoio técnico aos produtores e o fortalecimento do Ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Acre (ECTI-AC), voltado para agregar valor e inovação à produção local.

União entre secretárias e órgãos de governo

O trabalho do Estado em apoio ao setor produtivo envolve gestores e técnicos de vários órgãos, como a Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), a Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e a Agência de Negócios do Estado do Acre (Anac), unindo instituições públicas e iniciativa privada, como forma de fortalecer o ambiente de negócios no estado e estimular o comércio internacional.

Ações estruturantes e integração regional para o futuro

Entre as ações estruturais em andamento estão o Plano Estadual de Logística e Transporte, a construção do Arco Metropolitano de Rio Branco e do Anel Viário do Alto Acre, além da reforma da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que deve funcionar como polo de atração de empresas exportadoras.

Há também negociações para consolidar a Rota de Integração Sul-Americana – Quadrante Rondon, ligando o Acre aos portos peruanos pelo corredor Juruá–Ucayali, o que promete reduzir custos logísticos e abrir portas para o comércio com países do Pacífico.

Os principais destinos dos produtos acreanos incluem Peru, China, Espanha, Emirados Árabes Unidos e Malásia, reforçando o papel do estado como elo comercial entre o Brasil andino e o mercado global.

Com informações da Agência de Notícias do Acre

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