Nos últimos seis meses, três ocorrências graves, registradas em hospitais públicos do Acre, repercutiram entre a sociedade e provocam debate sobre a saúde pública no estado.
Em maio, no município de Cruzeiro do Sul, Diogo Silva, de 12 anos, morreu de infecção generalizada em razão de um ferimento na perna após uma queda de bicicleta; em julho, a pequena Aurora Maria Mesquita sofreu queimaduras de 2º e 3º grau nas duas pernas após um banho em um hospital também em Cruzeiro do Sul. Nesta segunda-feira, 27, em Rio Branco, veio à óbito o recém-nascido João Pedro, que chegou a ser dado como morto e quase enterrado com vida no sábado, 25.
As famílias das vítimas relataram situações de descaso e demora nos atendimentos, que poderiam ter feito a diferença e salvado a vida das crianças. Em entrevistas concedidas à imprensa, a mãe de Diogo Silva denunciou negligência no Hospital de Feijó, onde a criança morava, sofreu o acidente e onde recebeu os primeiros atendimentos antes de ser transferido para Cruzeiro do Sul.
De acordo com o depoimento de familiares, a limpeza inadequada do ferimento, associada a alta médica precoce de Diogo Silva colaborou para o óbito, tendo em vista que não foi possível acompanhar de perto os avanços letais da infecção generalizada.

A única sobrevivente dos três casos, Aurora Maria Mesquita, foi transferida para o Hospital João XXIII, localizado em Belo Horizonte, no dia 25 de junho, onde foi acompanhada e tratada por uma equipe especializada. A criança retornou para Cruzeiro do Sul depois de um mês, onde segue sendo atendida pelos profissionais do hospital.

Em diversas notas publicadas por meio de redes sociais, a família de Aurora Maria Mesquita lamentou o ocorrido e cobrou ações imediatas para que a técnica que deu o banho na recém-nascida fosse devidamente penalizada. A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou a técnica, responsável pelo banho, por crime de lesão corporal gravíssima.
O falecimento de José Pedro segue sendo apurado pelos órgãos de controle e diretoria da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). Até o momento, a equipe responsável pelo atendimento foi afastada e aguardam os desdobramentos de reuniões internas para o início do processo de interrogação e apuração, que deve apontar se houve erros e punições adequadas para os possíveis responsáveis.








