
Durante a abertura do 1º Encontro Trinacional sobre Políticas de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas na região de fronteira – Brasil (Acre), Peru e Bolívia, o estado avançou nas discussões em prol da criação de soluções eficazes para prevenção e erradicação do crime. Apesar disso, o Acre ainda carece de dados concretos que possam ilustrar a gravidade do cenário local.
A informação foi repassada pela coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP/AC) da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Aymee Guimarães, que coordenou a apresentação do painel “Panorama sobre migração e tráfico de pessoas na Região Norte e Países Fronteiriços”.
Em sua apresentação, a coordenadora apresentou que o tráfico de pessoas é o terceiro crime lucrativo do mundo. “Atualmente, perde apenas para o tráfico de armas de drogas, e é, também, um dos mais violentos contra a dignidade e direitos básicos dos cidadãos. Transforma o ser humano em mercadoria”, disse Guimarães.
O painel também destacou as diferenças sobre tráfico de pessoas e contrabando de imigrantes, crimes intensificados pela localização geográfica do Acre e conexão com a tríplice fronteira. “É importante que a gente entenda que o tráfico é para a exploração, de qualquer caráter, e o contrabando diz respeito a entrada irregular de pessoas em outros países”, apresentou.
No painel, a representante do NEPT/AC evidenciou que há indícios de que o tráfico de pessoas tem sido utilizado como meio de fortalecer atividades de organizações criminosas. Aymee Guimarães também compartilhou, a partir de percepções dos diferentes órgãos dedicados a causa, o perfil das vítimas, sendo os homens vítimas de trabalho escravo, mulheres de exploração sexual e meninas, da adoção ilegal. “Infelizmente não conseguimos falar de dados, porque não há esse levantamento no Acre, então esse perfil foi traçado a partir de percepções”.








