
Já começo a segunda animado e curioso pra saber qual será a música que minha doce coruja Caboré vai cantar!
Hoje, a trilha sonora da coluna musical vai embalar a história de um político “carreirista” de carteirinha, mas antes da Caboré soltar o som, quero relembrar um pouquinho da história do nosso personagem, que é Márcio Bittar.
Bittar fez parte do MDB, PPS, PSDB, União Brasil e agora é do PL de Valdemar Costa Neto, aquele mesmo que era bispo da Universal e foi preso no mensalão.
Caboré: Mas não esqueça que antes de todos esses partidos ele foi do Partido Comunista do Brasil. Bittar é comunista forjado em Moscou, o berço do comunismo da antiga União Soviética.
Verdade Caboré! Márcio Bittar é astuto e bem relacionado no Acre e fora dele. Ele tem uma leitura política tão aguçada que em 2018, poucos lembram, mas o candidato dele a presidente era Geraldo Alckmin e, de repente, ele teve uma “revelação dos deuses comunistas da União Soviética” e passou a ser bolsonarista de corpo e alma, a ponto de incorporar o personagem que ele é hoje, de tão extremista chega a ser forçado e cansativo até para os assessores mais próximos. Pobres Professor Coelho e Correinha!
Caboré: então o Bittar apoiava Alckmin e não o Bolsonaro?
Minha corujinha, Bolsonaro era só um Deputado Federal, de baixo clero, que falava mal do PT. Fazendo uma comparação a política local, naquela época Bolsonaro era para o congresso o que Pedro Valério é para a política acreana, só se prejudica por falar demais.
Mas Caboré, depois de relembrar essa história, que música combina com Bittar?
Caboré: Chefe, a música é Cálice, de Chico Buarque (ouça aqui)
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue…
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta…
…Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai (pai)
…De muito gorda a porca já não anda (cálice)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai (pai), abrir a porta (cálice)
Talvez o mundo não seja pequeno (cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (cálice, cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado
(Cálice, cálice, cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno
(Pai, cálice, cálice, cálice)
Quero perder de vez tua cabeça (cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice)
Nossa Caboré a música! Cálice” é uma música icônica de Chico Buarque e Gilberto Gil, composta durante a ditadura militar no Brasil. Uma crítica à censura e à repressão da época por meio desse jogo de palavras entre “cálice” e “cale-se”.
Caboré: É eu a escolhi justamente por isso! Pelo jogo de palavras, só que no caso queria mesmo era que Bittar se calasse um pouco e parasse com esse discurso bolsonarista forçado dele. Mas também escolhi por ser de um musica criada por “comunistas” e, aqui, oferecida para outro comunista, já que o próprio Bittar disse uma vez que não existe ex-comunista.
Então de comunista para comunista ( Chico Buarque para Bittar) CALE-SE…
Não vou falar mais nada que a Coruja hoje tá mais afiada que tudo!