Rio Branco, 24 de outubro de 2025.

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Com mais eficácia e menos efeitos colaterais, medicamento inédito para tratamento de câncer de mama está disponível no Acre

Pedro Pascoal definiu a chegada do medicamento como um momento histórico para o Acre: Foto Gleison Luz/Fundhacre

Pela primeira vez disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do estado, o medicamento Trastuzumabe Entansina, utilizado no tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, representa um avanço ao oferecer maior eficácia terapêutica e menos efeitos colaterais às pacientes. O Acre recebeu 26 unidades do medicamento, que serão utilizadas conforme a necessidade do estado.

Conforme o médico oncologista do Hospital do Câncer do Acre – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), Rafael Teixeira, a disponibilização do medicamento será feita em cenários específicos das pacientes com câncer de mama do tipo HER2-positivo.

“Hoje temos em torno de 120 a 130 casos novos por ano. De todas as mulheres com câncer de mama que chegam, aproximadamente 20% são HER2-positivo. Então, está em torno de 24 mulheres. Mas não são todas essas mulheres. O cenário específico é câncer de mama HER2-positivo, e que o tumor não sumiu completamente durante a quimioterapia adjuvante. Operou e ainda tinha doença. Isso vai ser em torno de 15 mulheres por ano, aproximadamente”, destaca o médico.

Rafael complementa que a atuação do medicamento nestes casos é essencial. “Portanto, neste cenário, essa droga tem uma eficácia interessantíssima, diminui o risco de morte em torno de 50%, diminui a chance de recidiva e é mais um arsenal terapêutico no combate ao câncer de mama, aumentando a cura dessas mulheres. Para nós é uma satisfação imensa ser um dos primeiros estados a ter e disponibilizar isso no SUS”, detalha.

O câncer de mama do tipo HER2-positivo é um tipo de câncer de mama invasivo e de crescimento rápido, pois ocorre quando as células tumorais apresentam altos níveis da proteína HER2 (receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano), que é a responsável pelo crescimento e divisão celular.

Para o secretário estadual de Saúde (Sesacre), Pedro Pascoal, a chegada do medicamento simboliza um momento histórico para o Acre.

Lote de medicamentos que chegou ao Acre foi apresentado nesta manhã de sexta no Hospital do Câncer: Foto Gleison Luz/Fudhacre

“É um tratamento de aproximadamente R$ 18 mil, que agora está sendo bancado pelo Governo Federal de uma certa forma, aliviando os cofres do estado. Então, é um compromisso para beneficiar o nosso paciente. Temos três linhas de tratamento: a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Então, esse é o fortalecimento do pilar da quimioterapia”, enfatiza o gestor da pasta.

Pascoal explica que o medicamento, neste primeiro momento, será distribuído pela União e, caso o estado necessite fazer uma nova aquisição da medicação, deve ser feita uma compensação junto ao Ministério da Saúde.

“Primeiro, o ACA faz a aquisição e, num segundo momento, o Ministério da Saúde co-financia 80% daquela medicação. Mas a ideia é que essa medicação não falte, existe toda uma articulação junto ao Ministério da Saúde para que nós não fiquemos desabastecidos”, afirma.

O chefe do Departamento de Assistência Farmacêutica da Sesacre, Marcelo Xavier, compartilha que o avanço faz parte da nova fase da assistência em oncologia no estado.

“Já é uma luta de algum tempo a criação da nossa tão esperada AFI oncológica, que é o nosso componente da assistência em oncologia. O governo federal e o governo do estado já tinham o componente estratégico, o básico e o especializado, e agora passa a ter esse regramento das aquisições dos medicamentos e serviços oncológicos”, explica.

Marcelo acrescenta ainda que este componente deve beneficiar diretamente os estados. “Essa portaria da oncologia vai abranger em torno de seis medicamentos oncológicos de alto custo. Esperamos que, com esse regramento, o leque de medicamentos seja mais ampliado, porque antes havia muita judicialização sobre as responsabilidades do governo federal e dos estados sobre muitos medicamentos oncológicos”, complementa.

Outro ponto detalhado por Marcelo se refere à aquisição 100% centralizada do Trastuzumabe Entansina feita pelo Ministério da Saúde.

“Estamos recebendo duas apresentações, de 100mg e de 600mg, para dar maior suporte aos nossos pacientes no tratamento do câncer de mama. A próxima remessa será enviada a cada três meses, no mesmo fluxo dos medicamentos do componente especializado, e o Ministério envia de acordo com a necessidade e a programação dos estados. É um medicamento de alto custo, não podemos pedir nem a mais, para não desperdiçar; e nem a menos, para faltar medicamento”, finaliza.

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