
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) realizou uma entrevista coletiva neste sábado, 25, para se posicionar sobre o caso do recém-nascido que foi dado como morto e quase enterrado vivo.
No entanto, o que chamou a atenção é que a coletiva serviu apenas para informar sobre o estado da criança recém-nascida. Apenas uma médica se posicionou sobre o assunto, informando os procedimentos adotados pelo Hospital da Criança. A aguardada manifestação da Maternidade Bárbara Heliodora sobre os procedimentos adotados para investigar as possíveis falhas no episódio, considerado bizarro a absurdo, não aconteceu, já que a diretora da unidade, Simone Prado, não se posicionou.
De acordo com a médica pediatra neonatologista, Mariana Collodetti, plantonista responsável pelo bebê, o recém-nascido chegou na unidade do Hospital da Criança por volta das 10h da manhã.
A especialista afirma que a situação é um caso excepcional. “Pode acontecer, a gente sabe disso, já tem relatos na literatura científica de casos semelhantes”, disse.
Conforme a médica, o estado da criança é grave. “A criança respira com ajuda de aparelhos, está entubada grave, com catéter umbilical, onde recebe medicações, hidratação, por ser muito prematuro, não consegue fazer acesso periférico, porque na veia não é possível no momento. Então, por ser prematuro, a incubadora é aquecida e umidificada. É uma situação crítica, nós recebemos esse bebê, porque temos todo o suporte que ele precisa. Eu posso garantir, como pediatra, neonatologista, junto com toda a equipe médica, que toda assistência está sendo dada para esse bebê prematuro”, explicou.
A criança chegou a unidade, segundo a médica, com cerca de 10 a 12 horas de vida. A pediatra afirma também, que a família foi quem informou sobre o estado da criança e que a unidade ainda não teve acesso ao laudo da certidão de óbito do recém-nascido.
“A família trouxe esses dados para nós, mais uma criança com vitalidade que foi recebida e, prontamente, recebeu todos os cuidados que ela precisa. Os pais estão conscientes. Agora, é claro que, é um estado crítico, mas depende muito do bebezinho”, apontou.
A médica acrescentou. “Nós não tivemos detalhes ainda. Todos os protocolos, antes de ser admitido, quando chegou nas minhas mãos, tudo foi aplicado para o bebê. E, a partir do momento que eu recebi a criança, todos os protocolos estão sendo aplicados dentro da UTI Neonatal”, complementou.
Segundo informações repassadas pela médica, o bebê é prematuro extremo, de 23 semanas (mais ou menos 5 meses), e pesando cerca de 520 gramas.
“São casos excepcionais, acontecem. Já vivenciei com um desfecho bom, uma criança que sobreviveu. São casos raros e podem acontecer. Neste caso do recém-nascido, a gente não consegue definir o que pode ter acontecido. Se realmente tinha vitalidade, frequência, se parou e depois ele voltou. Isso a gente não consegue definir. Tudo vai ser apurado”, declarou.
Questionada sobre alguma medida administrativa ser tomada pela maternidade para resolver a situação, a médica respondeu que no momento não há, mas que para todos os segmentos, tudo será apurado.
“Tudo será revisto com certeza, os protocolos, todos serão repensados. As investigações seguirão, conforme a Sesacre, tudo será apurado, certamente”, finalizou.







