Durante sua fala no grande expediente na sessão desta terça-feira, 21, o vereador João Paulo (Podemos) teceu críticas a atual gestão do presidente da Câmara de Rio Branco, o vereador Joabe Lira (União).
Conforme João Paulo, as críticas se devem ao fato de apenas um servidor da casa ser o responsável por atender os parlamentares e convidados, tendo o seu trabalho sobrecarregado.
João Paulo seguiu em sua fala. “O presidente Joabe passou o ano inteiro falando de economicidade dentro desta casa. Só que nós somos 21 vereadores que defendemos a população de Rio Branco e, muitas vezes, só olhamos para fora da casa, não olhamos para dentro. Os senhores já pararam para pensar e observar que nós só temos uma pessoa servindo café e água nesta casa?”, perguntou o parlamentar.
De acordo com o vereador, somente este trabalhador é o responsável pelo serviço e, tal fato, é humanamente impossível.
“Eu quero dizer para o vereador Joabe, o presidente desta casa, que estou indignado, porque se eu fosse presidente deste poder, jamais iria colocar uma única pessoa para servir este plenário. Na copa, onde faz café, é somente uma pessoa para fazer várias garrafas de café num local, inclusive insalubre, quente. Nós estamos dentro dessa casa praticando um ato de escravidão, no momento que coloco este senhor para servir todo mundo dentro desta casa. Nós temos que falar o que está errado aqui dentro. Chega, tudo tem que ter limite”, disse.
O parlamentar sugeriu a contratação de novos funcionários como forma de solucionar parte deste problema. “Então, presidente, corte o bolso, tire um pouquinho que tem e coloque mais duas ou três pessoas para servir aqui, porque esse senhor não vai reclamar nunca, porque é o trabalho dele”, sugeriu.
O vereador também deu um prazo para o presidente da casa resolver a situação. Caso não seja atendida, João Paulo afirmou que acionará o Ministério Público do Trabalho (MPT) e apresentará a denúncia no plenário.
“Eu vou lhe dar um mês presidente para o senhor resolver essa patifaria aqui dentro. Porque se ninguém olhou isso, eu olhei. Porque apresenta-se projeto de lei, fala-se de saúde, de assistência social, de orçamento, de LDO, de recurso e a Câmara fazendo isso. Está errado. Nós temos que ser a voz dos oprimidos. Nós temos que ser a voz daqueles que não falam. E eu estou no meu direito e irei falar”, declarou.
A vereadora Elzinha Mendonça (PP) citou a problemática dos banheiros do atual prédio onde funciona a Câmara de vereadores. A parlamentar pontuou que, além dos banheiros serem compartilhados por homens e mulheres, um deles está sem o assento impossibilitando, assim, o uso.
“É indigno, um absurdo. Recentemente teve um vereador que subiu na tribuna e falou daquele banheiro, que eu nem entro, da sala de reuniões. Mas o outro banheiro, que eu fui usar agora, o assento antes estava quebrado, agora o retiraram, caiu. Então, assim, é absurdo porque a gente precisa expor a casa. É vergonhoso vir para o seu trabalho, porque aqui é o nosso local de trabalho, e não ter condições de utilizar o banheiro. Eu acredito que a mesma diretora precisa se posicionar realmente em relação a essa situação vergonhosa”, apontou Elzinha.
O vereador Joabe Lira respondeu às críticas dos parlamentares. De acordo com o presidente da casa legislativa, o orçamento da Câmara já foi repassado para os vereadores. Conforme Lira, o aumento no número de cadeiras no plenário, que deixou de ser 17 e passou a ser 21, teve impacto significativo no orçamento.
“Esse mês tivemos dificuldade para pagar os salários dos servidores. Como eu falei, o aumento dos vereadores impactou muito esse ano na nossa gestão. A questão deste local é realmente insalubre, tem problemas sérios de infraestrutura e é urgente a questão da mudança. Nós estamos trabalhando nisso, para que possamos mudar ano que vem. No entanto, nós estamos nos barrando a questão de orçamento”, defendeu.
Joabe complementou também. “Quanto a questão de contratação de pessoas para a Câmara, hoje nós não temos orçamento para contratar outros servidores, que nós sabemos que é necessário. Nós falamos até que seria necessário fazer um concurso público, vai ser feito um estudo, no entanto, esbarra-se também na questão orçamentária. A Câmara hoje tem enfrentado problemas seríssimos de orçamento”, acrescentou.
