
Uma técnica cirúrgica desenvolvida no estado do Acre tem conquistado a atenção da comunidade de medicina internacional ao oferecer um tratamento mais acessível e seguro para casos em que o paciente apresenta um crescimento, benigno, acima de 80 gramas, da próstata. A pesquisa para elaboração da técnica é encabeçada pelo médico-urologista Fernando de Assis, que mora no estado há mais de 20 anos.
Assis explica que, para além da técnica, foi desenvolvido o aparelho que viabiliza a operação, o que simplifica o procedimento e diminui os custos.
“As vantagens dessa técnica em relação a antiga, que nós modificamos, é que ela barateia os custos em oito vezes, o que faz com que ela seja difundida mais facilmente em países pobres, mas também atende países de primeiro mundo, como a Itália, e porque ela é mais segura também, porque a cirurgia consiste em moer a próstata, então não precisa abrir a barriga, por exemplo”, explica.
O médico também acrescenta que a técnica é vantajosa já que pode ser implementada em hospitais de pequeno e médio porte. “Essa técnica necessita de aparelhos que são facilmente encontrados em qualquer país, qualquer hospital, então qualquer cidade pequena, consegue fazer”, pontuou.
Segundo o especialista, a inovação é resultado de uma pesquisada iniciada em 2020 junto ao grupo de urologistas, pesquisadores e alunos da Universidade Federal do Acre (Ufac), onde é professor, e já beneficiou mais de 200 em todo estado e tem ultrapassado as fronteiras.

“São mais de mil pacientes no mundo inteiro, com operações na Itália, Uruguai, México, Colômbia, Peru e Chile”, apresentou.
As constituições do urologista Fernando de Assis foram publicadas no vol.10 da revista Urologia Essencial, publicada em 2024, onde o procedimento e detalhes técnicos são explicados e apresentados.
“Com essa premissa [de democratizar o acesso ao procedimento], nos propusemos a desenvolver uma alternativa de baixo custo à técnica de morcelação por via uretral: a morcelação via supra púbica. Para tanto, utilizamos materiais descartáveis e equipamentos que já estão presentes na maioria dos hospitais de médio e grade porte: um shaver ortopédico e uma cânula de microdebridamento”, diz trecho da publicação.







