Rio Branco, 8 de novembro de 2025.

SASDH

Com dívidas até o pescoço, mas de olho nas promoções: 82% das famílias acreanas estão endividadas, mas planejando aproveitar a Black Friday

por Mileny Andrade (estagiária), sob supervisão de Daigleíne Cavalcante

A pesquisa mais recente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio/AC) mostra que o endividamento das famílias acreanas continua em nível elevado. Segundo o levantamento, 82% das famílias do estado estão endividadas, o que representa cerca de 97 mil lares.

Levantamento da Fecomércio registrou aumento na intenção de consumo e endividamento de 82% das famílias acreanas. Foto: Reprodução

Mesmo com a alta acumulada desde março, o índice se manteve estável em relação a setembro, mas ainda é o maior desde outubro de 2024, quando 90,6 mil famílias estavam nessa condição.

O estudo faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, elaborada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que apontou crescimento do endividamento em todo o país. No Brasil, o índice subiu pelo terceiro mês seguido, atingindo 79,5% das famílias. O número de consumidores com contas em atraso chegou a 30,5%, um recorde histórico.

No Acre, o levantamento mostra que 43,6 mil famílias estão com contas atrasadas, uma leve redução de dois pontos percentuais em relação a setembro. Já o número de famílias que afirmam não ter condições de quitar as dívidas passou de 12,4% para 12,2%, o que representa cerca de 14,4 mil famílias.

A pesquisa também avaliou o comportamento financeiro das famílias. Cerca de 30,9% disseram conseguir manter suas contas em dia. Entre os endividados, 31,3% têm renda de até 10 salários mínimos, enquanto 27,4% possuem renda superior a esse valor. A maior parte das famílias com dívidas está na faixa de renda mensal próxima a R$ 3 mil.

Apesar da leve melhora em alguns indicadores, a Fecomércio alerta que o alto nível de endividamento pode impactar o consumo nos próximos meses. Segundo o assessor técnico da entidade, Egídio Garó, o cenário exige cautela:

“Mesmo com o aumento na intenção de consumo, o acúmulo de dívidas deve influenciar o comportamento dos consumidores na Black Friday. Se as famílias aumentarem as compras agora, o número de endividados pode crescer ainda mais em dezembro e janeiro”, observou Garó.

Compartilhe em suas redes

1200X250 - cópia (6)