Com o fim do ano se aproximando e o início do período de chuvas, a preocupação com o nível do Rio Acre se torna uma crescente da população acreana. O Portal Acre conversou com o coordenador da Defesa Civil Municipal, o tenente-coronel Cláudio Falcão, para saber quais são as previsões em relação à chuva e ao nível do rio, para o mês de novembro.

Segundo o coordenador do órgão, somente no mês de outubro houve chuvas acima da média. “Desde maio passado, que temos chuva sempre abaixo da média, incluindo dois meses muito críticos: julho e agosto. Em agosto praticamente não choveu, somente dois dias desse mês é que houve chuvas, sendo um deles o dia 31. Então, se não chovesse naquele último dia, agosto estaria zerado de chuvas. E nós estamos sofrendo as consequências dessas chuvas abaixo da média”, explica.
De acordo com Falcão, em setembro também choveu bastante, mas não chegou a ultrapassar a média de chuvas necessárias para aumentar, de forma considerável, o nível do Rio Acre.

O coordenador reforça que as chuvas não ocorreram somente na capital acreana, mas em toda a bacia do rio, incluindo regiões fora do Brasil, como Peru e Bolívia. Todos esses fatores modificam o nível do Rio Acre.
Conforme o coordenador da Defesa Civil Municipal, no dia 27 de outubro, o Rio Acre registrou a terceira pior marca dos últimos 10 anos. Contudo, no final do mês esse cenário mudou.

“Agora nós estamos com a terceira melhor marca desses 10 anos. Então, em 7 anos desses 10 estávamos com a cota abaixo do que estamos hoje, mas também não é grande coisa. A exemplo que no ano passado, nessa época do ano, já estávamos muito próximo de 3 metros, como estamos agora. Digamos assim, se pegarmos um tempo de 10 anos, o nível do Rio Acre está na média”, afirma.
Falcão relembra que, em 2024, o manancial registrou uma seca bem severa e que não houve uma enchente tão grande, mesmo chegando a marca de 15,88 metros. O coordenador detalha que neste mês haverá reuniões do órgão para fazer prognósticos mais precisos sobre toda essa situação.
“Para poder ver como vamos ficar para o ano que vem. Então, eu creio que podemos ir para um sexto ano consecutivo de enchente. E relacionado a essa questão das chuvas também, estamos com o fenômeno La Niña, que se instalou agora na segunda quinzena de outubro. Isso faz com que o volume das chuvas aumente bastante”, detalha.
O tenente-coronel complementa ainda que, com este aumento no volume das chuvas, a perspectiva para o mês de novembro é que chova acima da média, assim como foi em outubro.
“Em outubro esperávamos 150 mm e choveu 204 mm. Então, no mês de novembro a expectativa é que chova acima de 200 mm. Isso vai fazer com que o rio comece a encher. Então, quando chegar no final de dezembro, o rio já vai estar com um nível bastante elevado, o que tem um risco iminente de uma próxima inundação, no início de ano que vem, sem ter aquela certeza se será uma grande ou uma média enchente”, acrescenta.








