Rio Branco, 4 de novembro de 2025.

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Produtora do “melhor café do Acre” diz que quase desistiu da cafeicultura após ter lavoura destruída por queimada

A produtora Ilda Santos, grande vencedora da 3ª edição do Concurso de Qualidade do Café Robusta Amazônico do Estado do Acre (Qualicafé), foi uma das entrevistadas no episódio 12 do podcast do Portal Acre, “Um Dedin de Prosa”, exibido nesta segunda-feira, 3. Ilda compartilhou detalhes da jornada no setor cafeeiro, construída ao lado do marido, o cafeicultor Sebastião Oliveira. Casados há quase 32 anos, o casal produz em Xapuri, em uma área pequena, mas extremamente produtiva.

Sebastião Oliveira, Ilda Santos e secretário Luis Tchê no “Um Dedin de Prosa”. Foto: Daigleíne Cavalcante

Com notas de mel, caramelo, pudim de leite, o início da produção do café reconhecido como o melhor do Acre não foi só vitórias. Ilda Santos compartilha que uma de suas primeiras lavouras, quando ainda morava em Rondônia, foi destruída por um incêndio iniciado em uma propriedade vizinha.

“Por isso que a gente fala dessa questão da sustentabilidade também. Quando morávamos em Rondônia, plantamos 10 mil covas de café que foram destruídas pelo fogo que o vizinho colocou na propriedade dele. Isso tirou o nosso chão, porque era tudo que tínhamos, a nossa esperança, nossa sobrevivência. A decepção foi tanta que na primeira oportunidade, nós vendemos tudo e viemos embora para o Acre já com esse pensamento de que a vida na roça não ia dar certo. Estávamos cansados de sofrer, mas Deus tinha um propósito maior”, relata Santos.

Ilda Santos é exemplo da potência da produção feita por mulheres. Foto: Daigleíne Cavalcante

Foi por meio das redes sociais, acompanhando produções de parentes e amigos, que Ilda Santos e Sebastião Oliveira conheceram o café robusta. “Eu vi aquela coisa linda que são os grãos do café e na hora eu já perguntei qual era e disse que iria plantar. E meus amigos perguntaram se eu ia teimar, se ia plantar mesmo depois de tudo, e eu falei vou. O espaço é pequeno, mas fomos lá, juntamos um dinheiro e compramos a nossa primeira muda. E desde que começamos, já fomos nos inscrever em concursos, porque o sonho sempre foi produzir café especial”, pontuou.

Os poucos hectares não intimidaram o casal, que sempre acreditaram na qualidade da produção. “A gente sempre acreditou, até porque sempre gosto de falar que não importa quantidade, e sim qualidade. Se eu não posso fazer muito, que o pouco que eu faço seja bem feito”, acrescentou.

Ilda Santos ressaltou que o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), foram essenciais para o amadurecimento enquanto produtores e para o avanço da produção antes e depois do Qualicafé.

“Temos recebido muito apoio da secretaria de Agricultura, do governo, e toda essa assistência técnica faz a diferença. Veio um produtor de Rondônia visitar a nossa prioridade e a gente até fica com vergonha, porque é pequeno, mas não, não podemos ter vergonha e aceitar toda ajuda”, finalizou.

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