Rio Branco, 4 de julho de 2025.

Sem Fronteira

“Nada justifica a violência absurda, bruta e macabra que a minha filha sofreu”, diz pai de Juliana Chaar

Alberto Marçal, pai da assessora jurídica Juliana Chaar, de 36 anos, morta em um atropelamento supostamente proposital após uma discussão em frente a casa noturna Dibuteco, participou, nesta quarta-feira 2, da reunião emergencial de combate ao feminicídio e violências contra as mulheres, promovida pelo movimento social de mulheres e apoiada pelo Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE/AC).

Emocionado, pai de Juliana Chaar participa de encontro sobre violência contra as mulheres no TCE: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

Bastante abalado com a tragédia, Marçal cobrou por justiça e apontou que Juliana Chaar foi vítima de um sistema que falta com respeito às mulheres e reforça a violência de gênero. “Estamos devastados com a situação, com a agressão, com o descaso. A violência está demais, agrediram Juliana e não satisfeitos, passaram com um carro por cima dela”, disse o pai da vítima.

O apelo de Alberto Marçal também se estendeu a Polícia e autoridades responsáveis, que foram cobrados sobre o não cumprimento do mandado de prisão do suspeito Diego Luiz Gois Passo. “Eu quero que a polícia procure prender e não ouvir a defesa. Nada justifica a violência absurda, bruta e macabra que a minha filha sofreu, e acho que a população deve se unir porque agora foi a Juliana e amanhã pode ser outra.”, clamou.

Para a família, o caso é sobre assassinato e violência contra a mulher. “É um momento de muita dor. Foi uma covardia, uma falta de respeito com a vida humana. A vida virou lixo. Eu peço que esse assassino seja preso, eu quero justiça. Me ajudem. Esse homem não foi preso porque não querem, o que querem é ganhar tempo”, acrescentou Alberto Marçal.

A conselheira do TCE/AC, Naluh Gouveia, se solidarizou com a luta das mulheres e da família de Juliana Chaar e condenou a banalização da violência. “Antigamente, nós tínhamos problemas, mas hoje há uma banalização da violência. Fica como se fosse só mais uma, vira um número. Nós não somos números, estatísticas, somos pessoas”, declarou a conselheira.

Em resposta aos comentários que sugerem que a violência contra as mulheres acontece por conta do local frequentado, Naluh Gouveia defendeu o direito de ir e vir. “É um mundo hostil para as mulheres, mas nós precisamos ir para todos os cantos Quem gosta de ir para o bar, vá. Quem gosta de ir para a igreja, vá. Quem quer ficar em casa, fique. Nós temos o direito de ir e vir para qualquer canto, não pode ser demarcado espaços para as mulheres. A minha sensação é que estamos retrocedendo”, lamentou Naluh Gouveia.

Veja o vídeo:

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