
A saúde do Estado do Acre confirmou que as lesões nas pernas e nos pés da recém-nascida Aurora Maria Oliveira Mesquita são queimaduras de 2º e 3º grau. O caso aconteceu em 22 de junho, um dia após o nascimento da criança, durante um banho dado por uma técnica de enfermagem no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Inete, em Cruzeiro do Sul. Com o anúncio, a família se manifestou por meio das redes sociais e pediu pela responsabilização dos envolvidos.
No texto divulgado pela tia da criança, Fátima Mesquita, a família pede pelo pronunciamento do secretário de Saúde, Pedro Pascoal. “Queremos ouvir o excelentíssimo secretário de Saúde, que tentou ‘acalmar’, não sei quem, citando uma doença rara, como se isso fosse suficiente para desviar o foco da gravidade do que realmente aconteceu. Queremos verdades, responsabilizações e, acima de tudo, justiça”, exige a família.
Ainda de acordo com os familiares, a liberação oficial do laudo irá possibilitar que a família tome as medidas cabíveis. “Estamos aguardando com ansiedade a liberação oficial do laudo para que possamos tomar as medidas cabíveis e buscar justiça. Esse erro custou muito à nossa família e quase tirou a vida da nossa pequena”, escreveu.
O texto divulgado pela família destaca que apesar de Aurora Maria Mesquita estar se recuperando, o dano causado pela negligencia, imprudência e falta de profissionalismo, está marcado. Para a família, é essencial que os envolvidos se pronunciem publicamente.
“Quando tudo estiver esclarecido, queremos todos os envolvidos no banho da Aurora se pronunciando publicamente. A gestora, que tentou justificar o ocorrido alegando possível doença. O médico que desrespeitou o pai de Aurora, chamando-o de leigo, com ignorância, dizendo ter 20 anos de experiencia e afirmando que a bebê era portada de Epidermólise Bolhosa, uma hipótese descartada pelos exames e tratamento realizado. A técnica de enfermagem que deu o banho, e que disse não ter sido avisada sobre a temperatura da água. Ela não verificou a água antes de escaldar uma recém-nascida?”.
Segundo a família, o caso despertou inúmeros relatos de situações dolorosas que teriam acontecido na mesma maternidade. “Muitos carregam traumas profundos, e alguns danos são irreversíveis. A luta que começamos por Aurora se amplia. Não é apenas por ela, mas por todos que foram silenciados e desacreditados. Não vamos nos calar. Vamos buscar por justiça, respeito e melhorias para que outras mães se sintam seguras e acolhidas no momento mais delicado de suas vidas: o nascimento de um filho. Alguma coisa precisa ser feita, e nós vamos descobrir como, não vamos parar”, garantiu a família em postagem nas redes sociais.