Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 11, mostram que cerca de 34,4 mil pessoas moram em Unidades de Conservação (UCs) no estado acreano. O levantamento faz parte do Censo Demográfico 2022.
As UCs são espaços territoriais, criados pelo governo (federal, estadual ou municipal) e os seus recursos ambientais, incluídos os hídricos (rios, lagos ou partes do mar) são protegidos por legislação específica, pois tem como objetivo a conservação da natureza e representam uma das principais estratégias de conservação ambiental e podem se dividir entre Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Inclusive,
O Acre se destaca, a primeira reserva extrativista criada no Brasil, no ano de 1990, fica no estado e é a Reserva Alto Juruá. Ela ocupa uma área de 506 mil hectares no Acre e foi criada após a morte do líder seringueiro Chico Mendes, em dezembro de 1988. A maior reserva extrativista do país também fica no Acre, a Reserva Extrativista Chico Mendes e tem quase um milhão de hectares.
Com quase um milhão de hectares, a Reserva Chico Mendes, também criada em 1990, é a maior do Brasil. Ela abriga cerca de duas mil famílias que têm o extrativismo como principal fonte de renda.
No Censo 2022, as informações das UCs englobam as 2.365 unidades georreferenciadas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, plataforma oficial de dados do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Além disso, elas são classificadas como Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.
No Acre, 4,14% da população (34,4 mil pessoas) reside em Unidades de Conservação. Desse total, 24,6 mil (71,38%) residem em UCs da esfera Federal, ficando atrás do Piauí (99,99%) e do Distrito Federal (82,37%). Já na esfera Estadual o percentual do estado acreano é de 28,62%. No ranking geral, o estado ocupa o 24º lugar se comparado a outras unidades da federação.
Com relação aos municípios, Rio Branco lidera com 10,4 mil pessoas morando em UCs, seguido de Marechal Thaumaturgo (7,5 mil), Xapuri (3,8 mil), Brasileia (2,9 mil), Sena Madureira (1,9 mil), Epitaciolândia (1,8 mil), Tarauacá (1,5 mil) e Cruzeiro do Sul (1,4 mil). Já os municípios de Acrelândia, Plácido de Castro, Porto Acre e Senador Guiomard não têm registro de nenhuma pessoa residindo em Unidades de Conservação.
Nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável, o Acre tem 32,3 mil (94,15%) pessoas residentes. Já as UCs de Proteção Integral têm cerca de 2,1 mil (5,85%) de habitantes. No Brasil, 11,8 milhões de pessoas vivem em Unidades de Conservação, representando 5,82% da população total do país. Além disso, 98,73% das pessoas que moram em UCs estão em áreas de uso sustentável, correspondendo a 11,6 milhões de residentes.
*Outros indicadores*
O estudo também teve como indicador a cor ou raça desses habitantes. De acordo com o levantamento, o Acre é o terceiro estado da região Norte com maior peso da população parda residente em UCs, com 72,2%. O estado vem logo atrás de Roraima (74,74%) e Pará (73,80%).
Na região, a presença de pessoas pardas em UCs corresponde a 71,68% da população residente. Já no Brasil, a população que se identifica como parda é a maioria dos residentes nas unidades, representando um total de 6,1 milhões de (51,12%).
O Censo 2022 revela também o percentual de indígenas residentes nas UCs. No caso do Acre e Roraima, por exemplo, mais de 90% de sua população indígena reside em UCs em situação rural. A região Norte possui o maior percentual de pessoas indígenas residentes em Unidades de Conservação (4,89%), sendo seguida pelo Nordeste (1,11%).
Ainda de acordo com o levantamento, o Acre é um dos estados da região Norte que tem o maior peso de sua população residente em UCs e situação rural, com 80,65%. O estado está atrás de Rondônia (90,23%) e Amapá (84,60%). O Norte tem, também, o menor percentual de população residindo em situação urbana dentro de UCs (53,15%).
O Censo 2022 alerta que, considerando as permissões ou vedações à presença da população residente em algumas categorias de Unidades de Conservação, devem ser levados em conta os contextos locais e as situações previstas nos planos de manejo de cada UC. Além disso, também deve ser considerada a existência de conflitos gerados pela implantação de Unidades de Conservação de Proteção Integral em territórios tradicionais.
