Rio Branco, 26 de julho de 2025.

Expoacre 2025

Campanha busca desenvolver ações de erradicação do racismo e promove o selo “Acre sem Racismo” para órgãos atuantes na causa

Evento aconteceu no auditório do Ministério Público do Acre: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

Em busca de combater o racismo e promover ações de erradicação da prática criminosa na sociedades, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), lançou nesta sexta-feira, 25, a campanha e o selo “Acre sem Racismo”, no auditório da instituição, em um evento que reuniu representantes de órgãos públicos, sociedade civil e movimentos de resistência.

O lançamento acontece em uma data significativa para a comunidade e, em especial, para as mulheres. No dia 25 de julho, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.

Além de agregar valor aos movimentos sociais que lutam em prol das cidadãs e cidadãos pardos e negros, a campanha busca conscientizar às autoridades e autarquias de promover ações efetivas de equidade, igualdade e de responsabilização pelo crime de ódio. O selo será dado às instituições públicas ou privadas que atenderem uma das duas modalidades vigentes: a de compromisso, que homenageia instituições que não possuem atuação ativa, mas assumem o compromisso de desenvolver um plano de trabalho e o de excelência, designado a órgãos que já desenvolvem práticas expressivas e significativas para a sociedade e, principalmente, à comunidade negra.

O procurador-geral do MPAC, Danilo Lovisaro, reforçou que o Ministério Público quer ser um aliado e manifestou o desejo de contribuir para uma sociedade onde justiça, equidade e igualdade seja um direito garantido à população de cor.

Selo foi lançado durante evento: Foto Luís Oliveira/Portal Acre

“Me sinto agradecido por estar aqui, lançando esta campanha e cumprindo uma promessa, uma das melhores possíveis, que é a de dar voz a quem necessita. Queremos mostrar que o Ministério não é abstrato e que ele pode concretizar os direitos dos cidadãos. Há quem diga que o Brasil é um país sem racismo, mas essa afirmação é uma ferida, e negar o racismo é perpetuá-lo”, disse Lovisaro.

A educadora, advogada e militante de Direitos Humanos com ênfase em gênero e raça, Lúcia Ribeiro, conduziu a palestra “Construindo uma sociedade com equidade e justiça racial”. Em entrevista ao Portal Acre, Ribeiro destacou a importância do Ministério Público fortalecer a luta antirracismo.

“O Ministério Público é um órgão de acesso à justiça, mas representa o estado ao reconhecer a existência do racismo, ao assumir o compromisso pela erradicação do racismo na nossa sociedade, combatendo sobretudo o racismo estrutural, porque nós temos o racismo individual, o racismo institucional e o racismo estrutural, e esse momento representa uma luta, um enfrentamento a esse racismo estrutural que coloca a população negra na marginalidade”, explica a advogada.

Referência no combate ao racismo, a representante da Associação de Mulheres Negras do Acre, Almerinda Cunha, participou do evento, onde parabenizou a iniciativa aproveitou a oportunidade para convidar o público presente para o ato que acontece nesta sexta-feira, em frente ao Palácio Rio Branco, a partir das 17h, em um movimento coletivo de resistência e enfrentamento ao feminicídio.

Mulheres pardas e pretas são as principais vítimas de feminicídio no Brasil, o que evidencia a violação de direitos humanos enfrentados pela população negra.

“Já tentamos de todas as formas, de todo o jeito , que parem de nos matar e não somos ouvidas, então decidimos fazer uma vigília, para que se juntem a nós em um clamor, pedindo piedade. Quando matam uma mulher, matam a humanidade. Hoje a gente vê uma sociedade que quer ceifar a vida das mulheres. Mas de você acredita no bem, se une a gente e vamos fazer com que o Acre deixe de ser o pior lugar para as mulheres viverem”.

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